Movimento anima lojistas, mas calçadas cheias ainda não refletem em ‘boom’ nas vendas em Campo Grande

Nos últimos dias, com horário estendido no comércio de Campo Grande, fluxo de consumidores aumentou

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Clientes em uma loja de eletrodomésticos em Campo Grande
Clientes em uma loja de eletrodomésticos em Campo Grande

O Centro de Campo Grande, que iniciou horário estendido do comércio na semana passada, tem mais movimento de consumidores, mas apesar das calçadas cheias, não são todos od lojistas que viram as vendas multiplicarem. Em pleno dezembro, esse movimento tem refletido positivamente em alguns segmentos. O Jornal Midiamax conversou com comerciantes da Rua 14 de Julho, coração do comércio varejista da Capital, para mais detalhes sobre as vendas de fim de ano.

Para a gerente da Ka Modas, Kesly Queiroz, de 39 anos, quando comparado com novembro, o movimento melhorou significativamente em dezembro. “Aumentou em 50%. A expectativa é que melhore mais chegando perto do Natal, esperamos dobrar as vendas em relação ao ano passado”, disse ela.

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Movimento no centro da Capital (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

Sobre a preparação para a data, a loja já está reforçando os estoques e se adaptando ao perfil dos clientes. “Estamos comprando mais mercadorias do que em 2021. Como tudo abriu, as pessoas estão nas ruas, mas o cliente já vem atrás de uma peça específica que ele viu no nosso Instagram”, explicou.

No setor de capinhas e películas para celulares, a vendedora Regiane marques, de 24 anos, também observou um aumento nas vendas e ficou surpresa com a guinada do movimento. “Não esperava por ser pandemia, o povo estava com medo, um dia vendemos somente R$ 100. Foi uma surpresa pra nós, de outubro pra cá foi bom, aumentou em 90%”, disse ela.

Na loja, a expectativa para as vendas de Natal também são boas. “Quero vender pelo menos o dobro do que no dezembro passado”, finalizou.   

Reflexo ainda é pequeno

Para o gerente da Eletroson, Eliezer Lucas dos Santos, de 39 anos, o movimento de consumidores na loja pode até aumentar, mas ainda está longe do esperado quando o assunto são as vendas efetivadas. “O mercado está retraído e o poder de compra do brasileiro diminuiu. Se queimar a geladeira as pessoas não ficam sem, mas para trocar por um modelo mais novo ou maior o cliente está pensando duas vezes”, detalhou.  

Para Eliezer, a expectativa de vendas para o fim do ano é contida e representa o início de uma retomada econômica. “É um início de um processo de retomada do comércio e poder de compra. Pode ter o acréscimo nas vendas, mas está muito longe der ser uma retomada total. Pode ser que dê uma melhora significativa, mas com muito pé no chão”, disse ele.

No segmento de óculos e relógios, o vendedor Marcos Antônio, de 46 anos, observa o fluxo de pessoas na rua 14 de julho, mas que não têm refletido diretamente no fechamento das vendas. “Dezembro começou bem, mas deu uma caída. Tem pessoas na rua, mas o pessoal que está comprando mais é o cliente que já é da loja. Os clientes novos não querem gastar muito. Quanto menos ele gastar melhor”, explicou.

Mesmo com a timidez nas vendas, o vendedor está otimista com a procura para os próximos dias.  “O 13º pagamento de muita gente ainda vai sair, tem que esperar a semana que vem”, finalizou.

Recorde no mês de outubro 

O comércio varejista de Mato Grosso do Sul fechou o mês de outubro com alta de 1,9% nas vendas e alcançou patamar recorde, segundo a PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) divulgada nesta quarta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Conforme a pesquisa, o varejo sul-mato-grossense — formado por empresas formalmente constituídas com 20 ou mais funcionários — havia registrado diminuição nas vendas em setembro em 2,4%, mas recuperou e obteve a 4ª maior alta do país em outubro (1,9%), atrás apenas do Acre (3,0%), Rondônia (2,4%) e Alagoas (2,4%).

 

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