Sem picadeiro, família que vive do circo aposta nos doces para sobreviver em Campo Grande

Para quem ganhava a vida colocando um sorriso no rosto da plateia, a pandemia do coronavírus trouxe uma arquibancada vazia e sob a lona, a luz do picadeiro não é mais acessa. Família campo-grandense que vivia da bilheteria do circo, agora sofre com dificuldades para manter as contas em dia e venda de doces nas […]

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Para quem ganhava a vida colocando um sorriso no rosto da plateia, a pandemia do coronavírus trouxe uma arquibancada vazia e sob a lona, a luz do picadeiro não é mais acessa. Família campo-grandense que vivia da bilheteria do circo, agora sofre com dificuldades para manter as contas em dia e venda de doces nas ruas foi a saída encontrada para a sobrevivência.

Para quem nasceu na vida circense, mais precisamente embaixo de uma lona de circo, na Vila Margarida, a situação é uma das piores já enfrentadas. Wagner Aparecido Perez, de 42 anos, é proprietário do New York Circus e pai de cinco filhos. Após anos de glórias, a situação imposta pela suspensão das atividades trouxe dificuldades nunca vividas até então.

“Tenho cinco filhos, quando começou a pandemia tive que desmontar tudo, vender o ônibus trailer e o caminhão do circo para comprar um carro e trabalhar com doces”, explicou.

Sem picadeiro, família que vive do circo aposta nos doces para sobreviver em Campo Grande
Família Circense (Foto: Leonardo de França / Midiamax)

Desde então, o artista sustenta a família com a venda de algodão doce, pipoca doce e maçã do amor nas ruas, mas as vendas não estão cobrindo nem as despesas da fabricação do produto. “Eu saía para vender todos os dias passando em  vários bairros da cidade, mas não está pagando a gasolina, vendi só R$ 40,00 hoje, agora vou mais no final de semana e em dias normais faço outros bicos”.

No Itamaracá, mesmo desmontado, o circo sofre com a ação do tempo, a lona começou a rasgar, as cadeiras ressecaram e esfarelam. Junto com os furtos, o local soma prejuízos incalculáveis para quem cresceu no ramo artístico.

Com a flexibilização das regras em Campo Grande, para reabrir o artista precisa providenciar uma série de documentos e elaborar o plano de biossegurança, que visará a segurança dos espectadores. Entre as dificuldades, conseguir todos os documentos tira o sono de Wagner, que não consegue comprovar algumas informações, pelo fato do seu CNPJ ter menos de 2 anos.

“Tenho mais de 40 anos de circo, mas era o CNPJ do meu pai, depois que eu e meu irmão dividimos, não tenho como provar meu histórico para fornecer as informações”, desabafou.

Para a esposa e também artista, Nayara Gimenez dos Santos, de 30 anos, é muito doloroso ver o filho pedir algo e a família não ter condições financeiras de atender. “Antes podíamos pedir uma pizza, porque tinha a bilheteria, é difícil explicar para eles”. Atualmente, a casa onde moram, com apenas três cômodos, é cedida por um familiar, e garante um teto para a família.

Sem picadeiro, família que vive do circo aposta nos doces para sobreviver em Campo Grande
Wagner produzindo algodão doce (Foto: Leonardo de França/ Midiamax)

Além da dificuldade financeira, a mãe das cinco crianças também relata a saudade que os pequenos sentem falta do circo, e reforça que todos estão matriculados na escola. O filho mais velho, de 12 anos, era um dos palhaços do circo, as duas meninas, uma de 8 anos e a outra de 7, apresentavam números de dança e contorcionismo, a pequena de 2 anos e o menino de 8 meses ainda não se apresentam.

Diante da situação, a família pede doações de matéria-prima para produção dos doces: óleo, milho de pipoca, maça, açúcar e qualquer tipo de ajuda financeira será bem-vinda. Para ajudar você pode entra em contato no: (67) 99140-1986.