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Cotidiano

Mortes por síndrome respiratória disparam, mas SES-MS nega ‘maquiagem’ nos casos de Covid-19

Estudo que sugere falta de testagem foi divulgado por Átila Iamarino; SES e Sesau afirmam verificar todos os casos de SRAGs internados.
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Uma postagem realizada pelo microbiologista Átila Iamarino, replicando dados de uma organização de pesquisa sobre o avanço das SRAGs (síndromes respiratórias agudas graves) no país, causou suspeitas de subnotificações de mortes por coronavírus, a Covid-19, em Mato Grosso do Sul, que mantém índice muito abaixo dos demais Estados e em comparação ao restante do planeta neste momento de pandemia.

Isso porque o estudo por ele destacado sugere falta de testagem para o novo vírus até mesmo em , fato negado pelas Secretarias de Saúde locais nesta semana. Na sexta-feira (6), o biólogo replicou um estudo da Lagom Data sobre as SRAGs, correlacionando sua incidência com a Covid-19.

“Pra quem é de estados com poucos casos de Covid-19, como MG, PR, MS e outros nessa lista, cuidado com essa síndrome respiratória aguda que também tá matando. Ela cresceu como a Covid, mata como a Covid, é infecciosa como a Covid. Mas só é mais comum onde não se testa Covid-19”, postou ele em seu perfil na .

Estudo que sugere falta de testagem foi divulgado por Átila Iamarino; SES e Sesau afirmam verificar todos os casos de SRAGs internados.
Comparativo da Lagom Data vê razão de 1,7 mortes por SRAG para cada de Covid-19 nas capitais. (Imagem: Lagom Data/Reprodução)

A postagem de Átila replicou o estudo da Lagom, conduzida pelo jornalista Marcelo Soares, especialista em Dados e professor, e que vem se dedicando a realizar um acompanhamento diário da evolução do coronavírus no país. Seu comparativo indicou que cidades que têm baixa incidência de Covid-19 registraram aumento considerável nos casos de SRAGs.

 

Saúde nega subnotificações indicadas em post de Átila e confirma testagens

Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirma que investiga 100% dos óbitos por SRAG em Mato Grosso do Sul, todos sedo notificados em bancos de dados como o Sivep-Gripe e testados no Lacen (Laboratório Central) para diagnóstico de influenza (A H1N1, A H3N2 e Influenza B), Covid-19 e painel viral (metapneumovírus, adenovírus, parainfluenza 1, parainfluenza 2, parainfluenza 3 e vírus sincicial respiratório).

“Os óbitos de SRAG que tem resultado negativo após testagem para todos esses vírus respiratórios são encerrados no sistema de informação Sivep-Gripe como óbito por SARG não especificada”, destacou a SES, apontando ser este o padrão seguido nacionalmente.

O último boletim da Influeza divulgado pela pasta, em 5 de junho, aponta haver 218 óbitos por SRAG neste ano no Estado, sendo 196 negativos para Covid-19.

Estudo que sugere falta de testagem foi divulgado por Átila Iamarino; SES e Sesau afirmam verificar todos os casos de SRAGs internados.
Comparativo da SES aponta alta de casos de SRAG em 2020, ano da pandemia de coronavírus. (Imagem: Reprodução)

“Portanto, não são SRAGs não especificadas pela ausência de testagem e sim por terem sido negativos (não detectável) para todos os vírus respiratórios pesquisados no Lacen-MS”, prossegue a nota, reiterando que todos os casos são tratados como Covid até se ter o resultado laboratorial negativo ou outro diagnóstico.

No boletim, a SES apontou 2.155 casos notificados de SRAG que mereceram hospitalização, sendo 78 de influenza, com 8 óbitos (3 por H1N1, 4 por Influenza A não subtipado e 1 de Influenza B).

No quantitativo total, foram 38 casos de H1N1, 6 de H3N2, 88 de Influenza A não subtipado e 35 de Influenza B. Quanto aos vírus respiratórios identificados, houve 101 casos de adenovírus, 107 de metapneumovírus, 110 de vírus sincicial respiratório, 84 de parainfluenza tipo 1, 76 de parainfluenza tipo 2 e 98 da tipo 3, perfazendo 576 casos –assim, haveria 1,4 mil casos fora dessas tipificações.

A (Secretaria Municipal de Saúde), por sua vez, reiterou que todos os casos de quadro respiratório sintomáticos passam por testagem para identificação de coronavírus. Campo Grande sedia um sistema de drive-thru em parceria com o Governo do Estado no qual, após teleconsulta, é feita orientação para coleta de amostras.

Pacientes também são orientados a comparecerem a UPAs ou à unidade avançada no Parque Ayrton Senna para passarem pelo teste de identificação de Covid-19.

Nesta segunda-feira (8), Mato Grosso do Sul totalizou 16.536 notificações de coronavírus, com 12.482 casos descartados e 2.324 confirmados, havendo ainda 372 amostras sob análise no Lacen e 1.358 aguardando encerramento nos municípios.

Campo Grande totalizou 398 casos no boletim, ante 613 de , que tem o maior número entre os municípios do Estado. Os números foram finalizados às 19h de domingo (7). O balanço ainda aponta o volume de casos de SRAG e SG (profissionais de Saúde e de forças de segurança, contatos domiciliares com casos confirmados, idosos e portadores de doenças crônicas) aguardando encerramento nos municípios: são 1.730, sendo 661 na Capital.

Postagem

Nas redes sociais, o estudo replicado por Átila sugere que em Campo Grande, cada óbito causado pelo coronavírus teria outras 11,6 mortes por SRAG –síndromes que incluem a Covid-19. “Nos Estados, o que me preocupa é a seguinte lógica: se o problema é a Covid, governador resolve o problema testando mal e dizendo que venceu a Covid. Enquanto isso, pacientes com suspeita vão morrendo por síndrome respiratória, mas isso não é problema se não chamar de Covid”, postou Marcelo Soares.

Reunindo todas as capitais, ele chegou à média de 1,7 morte atribuída à SRAG para cada uma de Covid-19. “Mas isso varia muito por região e por capital”, advertiu. “Onde a taxa detectada de Covid é mais alta, menos mortes são atribuídas à SRAG. Nesses Estados, costuma haver mais testes”, explicou em outra postagem.

Átila – biólogo e doutor e microbiologia com parte de sua formação em Yale (EUA) e conhecido divulgador científico em canais como o seu no Youtube– tem sido uma das vozes mais ouvidas sobre a pandemia de coronavírus no Brasil, sendo responsável pela divulgação de projeções que mostravam a chance de a doença ter um avanço descontrolado no país, atingindo milhões de casos e de mortes.

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