Oportunidades na crise: pandemia leva campo-grandenses a criarem novas opções de renda
Alguns chamam de jeitinho brasileiro, outros afirmam que é Deus abrindo as portas. O que não há dúvidas é sobre a capacidade da população se reinventar em momentos de crise. E campo-grandenses não ficam de fora dessa tendência. Com queda nas vendas em função da pandemia do novo coronavírus, muitos já se reinventaram inclusive criando […]
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Alguns chamam de jeitinho brasileiro, outros afirmam que é Deus abrindo as portas. O que não há dúvidas é sobre a capacidade da população se reinventar em momentos de crise. E campo-grandenses não ficam de fora dessa tendência. Com queda nas vendas em função da pandemia do novo coronavírus, muitos já se reinventaram inclusive criando novas opções de negócios.
O Jornal Midiamax conversou com algumas dessas pessoas, que viram na dificuldade um momento de contribuir com a sociedade e ainda garantir o sustento da família. Em anúncios nas redes sociais, há dezenas de opções de serviços – tanto os tradicionais como novos, surgidos em função da demanda do isolamento. Nessa linha, vale desde oferecer impressão da cartilha de atividades disponibilizada pela Reme (Rede Municipal de Ensino), até oferecer entrega de máscaras de tecido produzidas de forma artesanal.
“A queda foi de 70% a 80% em função da quarentena”, relembra a jornalista Fernanda Yafusso, que com o marido é proprietária de uma gráfica no bairro Nova Lima. Com o atendimento todo feito no balcão do comércio, o isolamento obrigou a fechar as portas. Mas, além de oferecer suporte online, eles decidiram criar um novo nicho: passaram a oferecer impressão de apostila para os mais de cem mil alunos da rede municipal que não podem frequentar as aulas.
“Quando a gente viu que estava tendo essas atividades, a primeira coisa que a gente pensou era que a maioria dos pais não estava conseguindo trabalhar”, relembra, detalhando que o custo da impressão foi então reduzido de R$ 0,25 para R$ 0,15. “Foi pra poder girar e também ajudar”, resume ela. O resultado é que na última semana triplicou o movimento de pais e responsáveis. Mesmo com impressão oferecida pelas escolas, muitos procuram pela apostila impressa com encadernação.
Casas por máscaras
O corretor de imóveis Johnny Garcia, de 39 anos, é outro profissionais que viu o movimento despencar da noite para o dia. “No meu trabalho parou tudo e a situação ficou complicada”, relembra. Para a mãe costureira, a situação foi a mesma. Ele decidiu então aliar o talento com as vendas ao ofício da família. Comprou um metro de tecido e começou a anunciar usando a internet. “Eu fiz um anuncio e vendeu tudo na primeira venda”, relembra.
Com 2.000 máscaras encomendadas e na fila, eles estão produzindo cerca de 150 unidades diariamente. O trabalho conta agora com a ajuda da irmã, que está meio período de home office e tem o restante do tempo disponível. Com mãe e irmã na produção e ele nas vendas e entregas, o trabalho tem pedidos até de lojas e indústrias, conta. Para o corretor, o segredo é o preço cobrado, abaixo de atacadistas. “Hoje a gente está trabalhando nisso aí, até quando eu não sei”, ressaltou o corretor, já acostumado à necessidade de se reinventar.
Renda extra
Prestes a ser chamada num concurso público para o qual foi aprovada, a professora Elizangela Pereira de Brito da Silva, de 37 anos, viu os planos serem adiados. Acostumada a complementar a renda com bordados, ela terminou os pedidos que tinham sido feitos, mas sem novos nem como comprar aviamentos, passou a depender exclusivamente da renda do marido.
“Com essa pandemia e a falta de máscaras, eu fiz pra mim e pro meu filho. Depois pro meu marido, e postei no grupo da família e começaram a pedir”, detalha. Ela foi então pesquisas normas de produção e comprou uma unidade industrializada, desmanchou e pegou o molde. “Tinha que ser uma coisa segura. Aí depois só fui ampliando a minha modelagem”, relembra, sobre o novo trabalho.
Sem anunciar por receio de não conseguir atender à demanda, ela tem tido procura de amigos e conhecidos, apostando na propaganda ‘boca a boca’. “A procura é muito grande. As vezes eu não dou conta de fazer”, comemora. O dinheiro extra é usado em despesas da casa.
Feliz com o novo ofício, ela diz que oferece o molde da máscara a todos que pedem. “O sol brilha pra todo o mundo porquê quanto mais gente estiver fazendo e vendendo, mais pessoas protegidas e com uma renda familiar em casa”, justifica.
Para Elizângela, a possibilidade de renda num momento de tanta dificuldade é resultado da fé. “Acredito muito na questão que Deus abre uma porta, um escape, uma solução e te dá sabedoria pra se reinventar. Espero que essa situação inspire outras pessoas que estão em situação difícil e que saibam algum ofício, que possam se reinventar diante de uma crise”, finalizou.
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