Pular para o conteúdo
Cotidiano

Na Favela do Mandela, chuva é sinônimo de pesadelo para quem já vive vulnerável

Nesta segunda-feira (26) o tempo fechou em Campo Grande e o que era dia, em poucos minutos ‘se tornou noite’ devido a tempestade que chegou logo pela manhã. Se abrigar da chuva e esperar que o tempo melhore para seguir com a rotina não é um benefício que os moradores da Favela do Mandela têm […]
Arquivo -

Nesta segunda-feira (26) o tempo fechou em e o que era dia, em poucos minutos ‘se tornou noite’ devido a tempestade que chegou logo pela manhã. Se abrigar da chuva e esperar que o tempo melhore para seguir com a rotina não é um benefício que os moradores da Favela do Mandela têm quando o ‘tempo vira’.

No aglomerado de barracos mais populares da Capital, a chuva é sinônimo de pesadelo para quem já vive na vulnerabilidade social. Contando com ajuda de auxílios e apoio da SAS (Secretaria de Assistência Social), os moradores conseguem alimentos e higienização, mas basta uma chuva e ventania que a pouca do então, lar, venha abaixo.

Greiciele Nayara, de 26 anos, é líder e representante da comunidade. Mãe solteira, ela diz que vive das doações e cuida dos três filhos pequenos. Um de 3, 7 e o mais velho, que tem 10 anos e foi diagnosticado com deficiência intelectual e problema renal.

Na Favela do Mandela, chuva é sinônimo de pesadelo para quem já vive vulnerável
Foto: Leonardo de França, Midiamax

“A fome não é bem mais uma dificuldade, pois conseguimos doações e muitos conseguem ajuda no (centro social da SAS), mas por aqui tem muitas pessoas humildes”, disse a moradora.

Vai chuva e vem chuva e o problema na Favela do Mandela, que conta com 175 moradias e cerca de 450 pessoas, é sempre o mesmo. Os ventos derrubam as estruturas dos barracos e a quantidade de lama formada com as águas da chuva invadem sem pedir licença a casa dos moradores.

Na casa de Greiciele, a chuva conseguiu derrubar o teto do banheiro, que está ao relento. A luta agora, é conseguir doações de materiais para conseguir reconstruir a cobertura.

“Não vivem aqui porque queremos, não vivemos aqui sofrendo com as crianças porque queremos. Se conseguíssemos ao menos um terreno, construiríamos uma casa”, disse a moradora.

‘Lar’ à beira de um barranco

Quando a chuva começa, Helen Pereira, de 18 anos, já segue o roteiro: pegar a filha, de 3 anos, ir para a cama e se cobrir para não se molharem. Se a preocupação fosse apenas essa, a jovem daria um jeito, mas um dos maiores problemas e medo, é que o barraco onde vive é localizado bem à beira de um barranco.

“Já desceu enxurradas tão fortes, que tive que tirar até quatro baldes de lama de dentro do banheiro, que é do lado de fora de casa. A construção é mais ao fundo da favela e dá medo. Parece uma . A velocidade da lama quando desce, arrebenta o barraco”, disse.

Na Favela do Mandela, chuva é sinônimo de pesadelo para quem já vive vulnerável
Para moradores, chuva é sinal de desalento (Foto: Leonardo de França, Midiamax)

O barraco segue resistindo à chuva, mas já dá sinais de que pode deixar na mão os moradores. “As telhas estão criando uma barriga e o que está segurando é uma tábua”, pontuou. O marido de Helen trabalha como servente de pedreiro, mas no momento está desempregado. A família está vivendo de bolsas sociais.

Pesadelos acordada

Sandra Mikaella, de 32 anos, nem precisa dormir para ter pesadelos quando chove na favela. A moradora, que vive com os 6 filhos, dois sobrinhos e o pai, faz plantão nas madrugadas chuvosas, pois a água é um risco para a estrutura do local e com ela, muitos bichos invadem o barraco.

“Quando chove, fica bastante crítico. Entra água pelo banheiro e vai levando tudo para dentro de casa. Na última ventania as telhas trincaram e quando chove, eu fico acordada cuidando para se aparecer bichos. Já cheguei a matar uma cobra esses dias”, disse a mulher, que se mudou para o Mandela após não conseguir mais pagar aluguel.

A chuva desta segunda-feira deixou prejuízos nas estruturas das casas aos moradores. Quem se sensibilizar em ajudar, pode entrar em contato com Greiciele, líder da comunidade, no (67) 99233-9198. São aceitas doações de lona, madeira, telhas e também alimentação.

 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Corpo encontrado em córrego de Ribas do Rio Pardo é de operador de máquinas desaparecido

Eduardo Bolsonaro agradece Trump por revogar visto de Moraes: “Só o começo”

Durante passeio com a família, sargento de MS salva duas pessoas após barco virar na Bolívia

Vídeo: ‘Não deu tempo de parar’, diz motorista que atropelou idosa na Duque de Caxias

Notícias mais lidas agora

Governo dos Estados Unidos revoga vistos de Moraes e mais 7 ministros do STF

nelsinho governo lula

VÍDEO: ‘Lei de Reciprocidade só em último caso’, diz representante do Senado em negociação com Trump

JBS poderá pagar multa sobre valor milionário se recusar conciliação com moradores

moraes

Governo Trump revoga vistos de Moraes, ‘aliados’ dele no STF e familiares

Últimas Notícias

Polícia

Pitbull é resgatado em meio a fezes, sem água e comida, no Santo Eugênio

Animal estava amarrado e exposto ao frio

Política

STF tem placar de 4 votos a 0 para manter cautelares contra Jair Bolsonaro

Ainda falta o voto do ministro Luiz Fux

Política

Barroso saiu dos EUA quatro dias antes de anúncio de revogação de vistos

Ministro chegou ao país no dia 4 e foi embora no dia 14

Política

Governo dos Estados Unidos revoga vistos de Moraes e mais 7 ministros do STF

Apenas três estarão fora da lista de sancionados pelo governo norte-americano