Com risco alto de desmoronamento, bombeiros iniciam rescaldo no Atacadão

Depois de 59 horas de combate ao incêndio e extinção dos focos de calor, equipes do Corpo de Bombeiros iniciaram, às 4h desta quarta-feira (16), o trabalho de rescaldo na estrutura do Atacadão, na avenida Duque de Caxias. Entretanto, análise da engenharia civil da corporação avaliou que é alto o risco de desmoronamento do prédio. […]

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Depois de 59 horas de combate ao incêndio e extinção dos focos de calor, equipes do Corpo de Bombeiros iniciaram, às 4h desta quarta-feira (16), o trabalho de rescaldo na estrutura do Atacadão, na avenida Duque de Caxias. Entretanto, análise da engenharia civil da corporação avaliou que é alto o risco de desmoronamento do prédio.

A engenharia do Atacadão está colocando tapume em volta do local, para conter estilhaços e pedaços da estrutura caso ocorra o desabamento.

Conforme o tenente-coronel Carminati, da assessoria de comunicação dos bombeiros, 15 militares realizam a operação de rescaldo, que deve durar até o fim do dia. Ele explicou à reportagem que existe a possibilidade de surgir novos focos de calor, pelo fato de haver muito entulho.

Uma parede dos fundos do Atacadão precisou ser derrubada para que os bombeiros pudessem retirar materiais queimados e realizar a operação de rescaldo.

incêndio no Atacadão
Entulho é retirado aos poucos para bombeiros executarem rescaldo. (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

A perícia da Polícia Civil é realizada aos poucos no prédio, conforme os bombeiros vão liberando outras áreas, para que o trabalho seja realizado com o máximo de segurança possível.

Números do incêndio

O maior incêndio em estrutura da história de Mato Grosso do Sul consumiu  900 mil litros de água e 2 mil litros de LGE (Líquido Gerador de Espuma) – espuma que cria uma barreira e evita explosões, por exemplo. Os trabalhos de combate ao incêndio já duram 65 horas.

Polícia vai analisar câmeras de segurança

O delegado responsável pelas investigações do incêndio, Bruno Urban, informou na manhã desta terça-feira (15) que irá requisitar as imagens de câmeras de segurança. Assim, será possível analisar atitudes suspeitas que possam ajudar a elucidar o caso. “Não vamos pedir só a filmagem, mas sim todo o aparelhamento de gravação, analisaremos a conduta de algumas pessoas dentro do mercado, se há conduta suspeita de algum cidadão dentro da unidade”.

perícia ainda não explorou toda a área, pois há focos de calor, pequenas explosões e risco de desabamento. Por isso, as equipes da Polícia Civil entram aos poucos, conforme os bombeiros vão liberando o acesso a algumas partes.

Em declaração à imprensa, o delegado não descartou hipótese alguma. “Não podemos descartar acidente como um curto-circuito ou incêndio criminoso”, declarou.

Tragédia poderia ter sido evitada

Então, conforme a opinião do especialista em brigadas empresariais, a tragédia poderia ter sido amenizada, caso a ação inicial dos brigadistas tivesse sido efetiva. “Pelas imagens, só havia uma linha de fogo, na gôndola. A chance de ter apagado o fogo ali era grande se tivesse sido acionado tudo corretamente. Assim, não teria tomado essa proporção”, avalia.

“Eu vi que o Atacadão informou que alguns brigadistas cuidavam da evacuação do local e fizeram isso muito bem feito, pois não houve feridos. Entretanto, a equipe tem que estar preparada para realizar as duas tarefas [evacuar e combater as chamas] simultaneamente”, concluiu.