Com 53.491 casos confirmados, 1 em cada 4 testes de coronavírus em MS deu positivo
Taxa é próxima a 25%; boletim teve queda de notificações em virtude do feriadão, mas mostra Estado com quase mil mortes por Covid-19.
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Dos 22.151 testes de identificação de contágio por coronavírus (Covid-19) realizados em Mato Grosso do Sul do início da pandemia até as 19h deste sábado (5), 53.491 apresentaram resultado positivo, o equivalente a 24% –praticamente 1 em cada 4 exames realizados confirmou a infecção.
Os dados foram apresentados na manhã deste domingo (6) em boletim do coronavírus organizado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), ao apontar uma “falsa tranquilidade” nos números nas últimas 24 horas: foram apenas 163 novos casos positivos, frente à média de 750 diários dos últimos dias.
A queda, porém, não é resultado da desaceleração do vírus, mas sim da suspensão dos trabalhos das autoridades de Saúde pelo Estado, em virtude do feriado prolongado do Dia da Independência. Além disso, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) anunciou uma depuração na sua base de dados que resultou na redução de 50 casos positivos, ao se calcular a média.
Por outro lado, o total de óbitos seguiu alto, com 13 registrados até o encerramento do boletim –6 deles em Campo Grande. Com isso, já são 966 vidas perdidas para o coronavírus em Mato Grosso do Sul e, conforme o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, caminha-se para superar a marca das mil mortes por Covid-19.
De acordo com o boletim, houve desde o início da pandemia 223.151 notificações de coronavírus, das quais 164.261 foram descartadas. Há, ainda, 1.669 amostras em análise no Laboratório Central de Campo Grande e demais unidades que realizam o trabalho para a SES; e 3.730 casos que aguardam encerramento –isto é, que as prefeituras já têm o resultado, mas ainda não inseriram na base de dados.
O total de infectados chegou a 53.491 (23,9% do total de notificações), com 966 óbitos. Até as 19h, o volume de novos casos foi de apenas 163 (alta de 0,3%), frente à média de 710 casos nos últimos 7 dias e de 750 nas últimas semanas. Em Campo Grande, a média móvel é de 271 positivos.
“Hoje os nossos números para o final de semana são bastantes pequenos, diminutos, porque nesse feriado prolongado equipes de Saúde Municipal […] estão também gozando do merecido descanso”, afirmou o secretário, que já anteviu uma nova alta de casos nos próximos 15 dias, quando eventuais contaminações ocorridas agora devem se manifestar.
A previsão, segundo o secretário, é resultado de vídeos e fotos que lhe foram encaminhados retratando aglomerações e festas pelo Estado, “com pessoas se comportando como se não houvesse pandemia”. “As regras de higiene foram para o ralo”, disparou Geraldo, apontando a falta de medidas como uso de máscaras, limpeza das mãos e aglomerações.
O cenário do feriado, no qual prefeituras também deixaram de encerrar casos, colabora com os atuais números “fictícios”, segundo Geraldo, que podem registrar expansão a partir de terça-feira (8).
Campo Grande faz varredura na base de dados e reduz total de infectados
O titular da SES também atribuiu o baixo número de casos à depuração que a Sesau realizou nos números de Campo Grande. Conforme informações repassadas ao Governo do Estado, Campo Grande incluiu nas últimas 24 horas 190 casos positivos de coronavírus –o que elevaria para 353 o total de infectados no Estado até o fechamento do boletim.
No entanto, o ajuste de dados também resultou na exclusão de informações “inconsistentes”, resultando em um saldo negativo de 50 casos –volume a ser excluído na base de dados, o que indicaria 270 casos revistos pela Sesau.
Corumbá, com 51 novos positivos, Três Lagoas (32) e Dourados (26) foram os municípios que mais colaboraram com o aumento no volume de infectados (confira a relação na tabela ao lado).
Em relação aos óbitos, dos 13 incluídos na base de dados até sábado, 6 se deram em Campo Grande. Também houve 2 em Três Lagoas e 1 nos municípios de Aparecida do Taboado, Aquidauana, Coxim, Dourados e Nova Andradina. Essas vítimas fatais da doença tinham entre 43 e 92 anos, com apenas um deles não relatando comorbilidades ou fatores de risco para a Covid-19.
Uma das mortes incluídas no boletim, registrada em Campo Grande, foi de uma mulher de 72 anos que faleceu em 19 de agosto, mas só agora teve a confirmação do coronavírus incluída na base de dados –com as informações sendo atribuídas para o mês anterior.
“A taxa de letalidade é de 1,8%, com 966 óbitos em Mato Grosso do Sul. Estamos quase atingindo a marca de mil mortes, que nunca gostaríamos de atingir”, lamentou o secretário, também já aguardando a chegada da marca “se mantivermos o nível de conduta que a população de Mato Grosso do Sul e os gestores estão tendo, deixando de seguir recomendações que nós, por meio do Prosseguir, temos indicado”.
O Prosseguir é o Programa de Saúde e Segurança na Economia, que apresenta um cenário sobre a situação da pandemia por município e recomenda ações de acordo com o grau de incidência e disponibilidade de leitos hospitalares e materiais para o combate à doença. A adesão, contudo, não é obrigatória pelas prefeituras –muitas das quais têm optado pela flexibilização das atividades, favorecendo a circulação do vírus.
Secretária-adjunta de Saúde, Christine Maymone reforçou que a taxa de mortalidade segue alta em setembro: em agosto, houve 489 mortes no Estado (média de 15,77 óbitos por dia), frente a 66 registradas em setembro (taxa de 13,2 ao longo dos 5 dias contabilizados no boletim).
SES aponta que 16% dos casos de coronavírus em MS seguem ativos
O total de casos ativos (isto é, infecções ainda em ocorrência) é de 8.508, frente a 44.017 pacientes já recuperados da Covid-19. O percentual de quase 16% foi destacado pela secretária-adjunta. “Ainda estamos acima de 8 mil casos com circulação viral”, afirmou, apontando que a maioria está em isolamento domiciliar (7.995).
Dentre os pacientes de coronavírus, 513 seguem internados em Mato Grosso do Sul e 4 em outros Estados, ocupando 263 leitos clínicos (169 na rede pública e 94 na privada) e 254 de UTI (188 do SUS e 66 da rede particular).
Considerando-se apenas os leitos do SUS, a taxa de ocupação de vagas segue em 36% nas vagas clínicas para adulto (760 leitos, com 272 ocupados) e de 3% na pediatria (3 das 118 disponíveis estão usadas).
Já em relação à ocupação média de leitos de UTI para adultos, 208 das 369 estão ocupadas no Estado, perfazendo uma taxa de 56% (na pediatria, há 1 ocupado entre os 9 disponíveis). A média, porém, varia por regiões: na macrorregião de Campo Grande, por exemplo, dos 315 leitos de UTI do SUS disponíveis para todas as doenças, 77% estão ocupados (41% deles com pacientes de Covid-19).
Em Dourados, dos 126 leitos de UTI, 68% estão ocupados. O percentual chega a 70% entre os 27 leitos de Corumbá e a 41% dos 60 de Três Lagoas.
Campo Grande segue como o município com mais casos positivos de coronavírus: 22.980 desde o início da pandemia. São 6.008 pacientes em Dourados, 2.953 em Corumbá, 1.870 em Sidrolândia, 1.868 em Aquidauana, 1.457 em Três Lagoas, 999 em Rio Brilhante, 832 em São Gabriel do Oeste, 828 em Miranda e 853 em Bataguassu, as dez cidades com mais infectados.
Já a maior incidência continua em Aquidauana. (3.472,9), à frente de Guia Lopes da Laguna, Bataguassu, Sidrolândia, São Gabriel do Oeste, Juti, Miranda, Dourados, Corumbá e Rio Brilhante. Nestas, as taxas variam de 2.616,1 a 3.277,7.
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