Campo Grande registrou mais mortes naturais e a esclarecer após chegada da pandemia
Com o primeiro caso de contaminação pelo Covid-19 confirmado em 14 de março, 17 dias após a primeira confirmação no pais, Campo Grande já registrou mais mortes a esclarecer e naturais em março, se comparado ao mês de janeiro. Em apenas um dia do mês foram registradas 8 mortes naturais, o que já havia sido […]
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Com o primeiro caso de contaminação pelo Covid-19 confirmado em 14 de março, 17 dias após a primeira confirmação no pais, Campo Grande já registrou mais mortes a esclarecer e naturais em março, se comparado ao mês de janeiro. Em apenas um dia do mês foram registradas 8 mortes naturais, o que já havia sido considerado um registro incomum.
Levantamento feito com base nos dados divulgados abertamente pelo SIGO (Sistema Integrado de Gestão Operacional), de registros de boletins de ocorrência pelos fatos de morte natural ou morte a esclarecer, aponta que março teve 17 casos a mais se comparado a janeiro. Foram 98 mortes no primeiro mês do ano e 115 em março, mês marcado pelo primeiro registro de contaminação pelo novo coronavírus na Capital sul-mato-grossense.
Foram analisados números das delegacias de cada região de Campo Grande e das Depacs (Delegacias Especializadas de Pronto Atendimento Comunitário). Em janeiro foram 69 mortes naturais e 29 mortes a esclarecer, já em março 81 mortes naturais foram registradas e 34 mortes a esclarecer. Os números podem variar já que nem todos os boletins de ocorrência ficam disponíveis e é importante lembrar que em apenas um dos casos foi sugerida suspeita de morte por coronavírus, descartada posteriormente pela SES (Secretaria Estadual de Saúde).
Os números, no entanto, preocupam já que é comprovado que pode haver subnotificação dos casos de coronavírus, uma vez que apenas os testes apontam quem está ou não infectado. E segundo a SES, apenas os casos de pessoas que tiveram contato com pacientes confirmados ou que apresentam SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) são testados. Estimativa do Centro para Modelagem Matemática de Doenças Infecciosas da London School of Tropical Medicine, do Reino Unido, traz que os casos de coronavírus no Brasil seria 11 vezes maior que o registrado oficialmente.
O critério para os testes também é mantido pela SES nos casos de mortes – apenas casos suspeitos ou que apresentem a condição clínica serão testados. Para combater a subnotificação, a SES publicou resolução obrigando que laboratórios de análises clínicas de todo o Estado notificassem os casos suspeitos e confirmados de coronavírus. Na rede particular, os testes são realizados também obedecendo triagem.
Primeira morte no Estado
Nesta terça-feira, Mato Grosso do Sul registrou a primeira morte por coronavírus, uma senhora de 64 anos. Diante do primeiro óbito, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), afirmou que “logo Campo Grande irá anunciar aqueles que perderam sua vida por causa da pandemia”.
Em uma live, o prefeito Marquinhos Trad chegou a alertar sobre o Estado ser vizinho ao Estado de São Paulo, onde há a maior notificação de mortes pelo vírus no país. “Nosso estado vizinho é um epicentro da epidemia no Brasil, a nossa preocupação vai chegar logo logo, quando tivermos manchetes nas redes sociais que Campo Grande tem o primeiro óbito”, alertou.
“Quando vamos criar a obediência e disciplina? Será que não basta o exemplo do mundo todo?”, questionou ainda fazendo um apelo para a população permanecer em quarentena.
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