Após as fortes chuvas acompanhadas de raios que aconteceram nos últimos dias, moradores do bairro Água Limpa Park sofrem com os estragos causados nas residências e nas ruas. Asfalto cedido, casas alagadas, móveis destruídos e lama por todo o lado, são algumas das consequências que ficaram.

Moradora da região há cinco anos, Josiane Flor, de 47 anos, conta que sua casa, que é um sobrado, teve a parte de baixo totalmente invadida pela água. Ela lembra que a enxurrada na noite de terça-feira (21) fez com que o carro da vizinha, que geralmente fica estacionado próximo da esquina, descesse até o meio da quadra devido a força da correnteza.

“Quando acordei, abri a janela do quarto e vi o carro da vizinha, assustei. Nossa casa foi tomada pela água e lama, a sorte é que nossos quartos são em cima, mas nada de baixo escapou, nossos móveis já estão todos estragando. O prejuízo é de mais de R$ 5 mil”, diz Josiane que também recorda ter passado por esse mesmo problema em 2016.

Ela e o marido nem conseguiram ir trabalhar na quarta-feira (22), pois passaram o dia todo limpando a casa. A corretora também comenta que o bairro sofre frequentemente com quedas de energia. “Sempre ficamos sem energia aqui e por mais que a empresa fale que são por conta das árvores, nada é resolvido”, desabafa.

“Eu gosto do bairro, mas é difícil achar uma rua aqui que não alaga”, diz a corretora de imoveis que pensa em se mudar do local. O medo e receio em sair de casa toma conta da família, que teme um novo temporal. “Hoje nem fui trabalhar porque estou com medo de sair e chover novamente, meus filhos não dariam conta. Nessa noite eu dormi de janela aberta para ficar atenta caso acontecesse de novo. Nem compro mais nada para a casa, porque é arriscado perder tudo, estragar e ter que gastar novamente”

Além de rodo, vassoura e pano, a família de Josiane teve que usar até uma pá para conseguir retirar todo o barro que entrou. O casal contou que já fizeram reclamação pelo telefone 156, mas até o momento nada foi feito.

Danos e reparos

O professor Mariomar Júnior, que mora na mesma rua que Josiane, comenta que foi avisado por mensagem da situação da rua e teve dificuldade para sair com o carro. A principal preocupação de Mariomar é o prazo para reparos da rua, que pode sofrer mais danos com futuras chuvas. “Quando eu saí de casa já não tinha mais água, mas os estragos no asfalto foram grandes. A única dificuldade é sair da rua e saber quando virão arrumar, porque já vieram e fotografaram, mas não sabemos quando eles voltam “, afirma.

Antônia Cardoso, de 44 anos, relata que só não teve danos profundos na casa por conta do trabalho do marido. “As quatro da manhã meu esposo teve que tirar umas pedras que fecharam o bueiro da esquina. A água veio para de baixo da calçada, temos medo de ceder o chão” comenta sobre o que ainda pode acontecer.

Sobre as mudanças que teve que adotar após a , ela comenta que o principal transtorno é com seu serviço. “Eu tenho comércio aqui em casa e fica muito desconfortável para meus clientes, que tem que parar no barro, fora a que vai ficando na garagem e tem que limpar toda hora”, lamenta sobre a situação.