Amigos criam “Vaquinha online” para ajudar família de jornalista executado na fronteira

De vida simples e dono do seu próprio veículo, o site Porã News, de onde tirava o sustento de sua família, Léo Veras, o jornalista executado com 12 tiros em sua própria casa enquanto jantava, não teve tempo de fazer nenhum pé-de-meia. Quase um mês depois de sua morte, a família passa por dificuldades financeiras […]

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De vida simples e dono do seu próprio veículo, o site Porã News, de onde tirava o sustento de sua família, Léo Veras, o jornalista executado com 12 tiros em sua própria casa enquanto jantava, não teve tempo de fazer nenhum pé-de-meia. Quase um mês depois de sua morte, a família passa por dificuldades financeiras e precisa de ajuda.

Para auxiliar na arrecadação de recursos que serão integralmente destinados à família de Léo Veras, os amigos lançaram uma campanha que já está no ar. Através do link  https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajudar-a-familia-do-jornalista-leo-veras as pessoas podem fazer uma contribuição de qualquer quantia.

Na página criada pelos amigos também foi postado um vídeo relatando o assassinato do jornalista e um pequeno texto explicativo a respeito do pedido da ajuda financeira. As doações podem ser feitas de forma anônima por boleto ou através de cartão de crédito.

Cíntia Gonzales, esposa de Lé Veras conta que as coisas ficaram bem difíceis após a sua morte. Tive que voltar a morar com meus pais, que estão me dando apoio emocional.Até agora recebi apenas um auxílio de R$ 2 mil”, revela Cíntia, que aproveita a oportunidade para agradecer aos amigos de Léo, que de uma forma ou outra tem auxiliado.

Cíntia disse que está passando por um processo de adaptação nesse tempo de quase um mês do assassinato do marido. “Nos últimos anos só o Léo estava trabalhando. Eu estava focada no curso de medicina. Graças a Deus consegui uma bolsa e estou dando continuidade”, explica ela, que está no sexto ano. “O sonho dele era me ver formada. Vou dar esse presente a ele, mesmo que não esteja mais aqui”.

Repercussão

O assassinato do jornalista que atuava na fronteira do Brasil com o Paraguai, entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, ganhou repercussão nacional e internacional. Recentemente o governo federal reeditou uma cartilha de direitos humanos onde o nome do jornalista foi incluído.

Além disso, no dia 2 de março, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) também emitiu um parecer condenando o assassinato de Léo Veras. No pronunciamento, agência da ONU pede providência das autoridades brasileira para que atuem junto à autoridades na resolução do crime.

O Presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Dias Toffoli, quando esteve em Campo Grande no dia 14 de fevereiro, também  lamentou o assassinato do jornalista Léo Veras.

“É muito importante o trabalho coordenado das polícias para desmantelar organizações criminosas transnacionais e impedir que crimes como o que tirou a vida do jornalista Léo Veras não fiquem impunes e jamais se repitam”, afirmou o ministro.

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