O , responsável pela execução do serviço de transporte coletivo em , figura como réu em pelo menos 70 ações civis de primeira instância no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desde que começou a operar na cidade.

São ações basicamente relacionadas a acidentes de trânsito, movidas por passageiros que relatam existência de danos – físicos e/ou morais – enquanto utilizam os serviços das empresas que compõem o consórcio. Porém, também há outras ocorrências, como omissão de socorro.

Se somadas, os valores das causas ultrapassam os R$ 8 milhões em indenizações e custas processuais, conforme consta no TJMS. Algumas das ações, o posto de réu é compartilhado com outras instituições, como a Prefeitura de Campo Grande.

De R$ 1.320 a R$ 1 milhão

A maioria das ações estipulam valores das causas entre R$ 10 mil e R$ 50 mil, sendo a mais “barata”, encontrada pela reportagem, de R$ 1.320,00. A de maior valor, no entanto, tem a cifra de R$ 1 milhão.

Em uma delas, cujo valor da causa é de R$ 860.166,00, uma passageira de 8 anos alega que a requerente sofre com sequelas após ter sofrido fraturas durante um acidente envolvendo um ônibus. O caso ocorreu no dia 1º de junho de 2017, quando a menina foi empurrada do veículo, que trafegava de portas abertas.

Na causa, a requerente pede indenização por danos morais, no patamar de 100 vezes o valor do salário mínimo vigente, e condenação do Consórcio ao pagamento de pensão vitalícia no valor de um salário mínimo ou indenização de R$ 719.616,00 em parcela única.

Em outra, cujo valor dado é de R$ 300 mil, traz que a autora seguia num ônibus, em 25 de maio de 2015, quando caiu após freada brusca do motorista. A mulher teria sofrido fratura no fêmur na perna direita e afirma sofrer sequelas, como “limitações dos movimentos de flexão, extensão e dificuldades de deambulação”, o que a torna inapta a exercer sua profissão. A título de indenização por danos morais, é pedido o valor de R$ 78.800 e condenação dos réus por danos materiais, sob forma de pensão, bem como despesas com futuros tratamentos.

Por fim, a causa mais onerosa é um pedido de indenização de R$ 1 milhão, relacionado à morte de uma adolescente de 16 anos, esfaqueada durante uma briga no interior do Terminal Nova Bahia, em março de 2015. A petição pede a condenação do Consórcio e de outro réu ao pagamento de pensão vitalícia aos autores, além de indenização em R$ 200.000,00 por danos morais.

Consórcio também é autor

Na causa mais recente entre as 76 de primeira instância, o Consórcio Guaicurus é a autora e pede perícia sobre laudo na qual afirma ter sofrido prejuízo de R$ 76,595,116,05 desde que começou a operar, decorrente de queda no número de passageiros.

O imbróglio teve início após desacordo entre a Prefeitura e o Consórcio em relação ao reajuste da tarifa do transporte coletivo da Capital para este ano, quando as empresas pediram ao Poder Público indenização em R$ 76,59 milhões.

A Prefeitura não só negou a indenização como ameaçou aplicar multa de R$ R$ 2,7 milhões por descumprimento contratual – no caso, dezenas de ônibus que precisavam ser substituídos, mas continuam circulando.a sobre o laudo.

A aplicação da multa ainda não ocorreu, já que antes do vencimento do prazo, na última quinta-feira (16), o Consórcio entrou com recurso, que depende, agora, de análise na Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), conforme afirmou o diretor-presidente da agência, Vinícius Leite Campos.