Por melhoria das condições e do salário, enfermeiros pedem valorização da categoria
Uma mobilização pela valorização da enfermagem em Mato Grosso do Sul, reuniu cerca de 50 pessoas na Praça do Rádio, na Avenida Afonso Pena na manhã deste domingo (27) em Campo Grande. A categoria pede por meio de faixas e cartazes, melhores condições de trabalho, redução da carga horária e melhoria nos salários. A campanha […]
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Uma mobilização pela valorização da enfermagem em Mato Grosso do Sul, reuniu cerca de 50 pessoas na Praça do Rádio, na Avenida Afonso Pena na manhã deste domingo (27) em Campo Grande. A categoria pede por meio de faixas e cartazes, melhores condições de trabalho, redução da carga horária e melhoria nos salários.
A campanha não está sendo feita somente no capital sul-mato-grossense, mas também em demais capitais do Brasil.
Uma das reivindicações da categoria é em referência ao salário. Segundo dados passados ao Jornal Midiamax, um profissional de enfermagem recebe de R$ 1,4 mil a R$ 4 mil reais para uma carga de 40 horas semanais, enquanto um técnico de enfermagem recebe de um salário mínimo até R$ 2 mil reais pelas mesmas 40 horas.
O que a categoria pede é que profissional receba até 10 salários mínimos para cumprir devidamente a carga horária e o técnico de enfermagem receba até 7 salários mínimos.
Cléo Gomes, coordenadora do SISTA (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Fundação UFMS e IFMS) e uma das organizadoras do evento, afirmou que “existe uma defasagem salarial muito grande”, já que alguns profissionais recebem um salário mínimo para trabalhar as 40 horas semanais.
“Isso atinge diretamente a saúde destes profissionais, porque muitos deles sofrem pressão psicológica muito grande por trabalhar muito, estar na linha de frente da área da saúde, mesmo assim existe esse tipo de desvalorização salarial que afeta diretamente esses profissionais”, explicou.
De acordo com a coordenadora, muitas pessoas acreditam que o profissional da área da saúde deveria se manter frio em relação a questão da desvalorização, mas ela afirma que eles são humanos e sofrem com isso. “A consequência é muito grave para a sociedade, porque o profissional é quem passa mais tempo com o paciente e se não tiver uma carga horária adequada, isso pode afetar o atendimento humanizado dos pacientes”, disse Cléo.
Redução da carga horária
Um cartaz que esteve suspenso na Praça do Rádio, refletia a campanha que é pela redução da carga horária. Das 40 horas semanais trabalhadas, a categoria pede que a redução seja feita para 30 horas semanais.
“O que os gestores estaduais e municipais não entendem que a saúde é prioridade para a sociedade e o profissional de enfermagem não pode ficar à margem dessa consciência”, acrescentou Cléo.
Suicídios
“O profissional de enfermagem é um dos que mais sofrem pela síndrome de Burnout, isso acaba influindo em depressão e o reflexo disso foram os dois suicídios que aconteceram no Estado”.
Para quem não se lembra, neste mês de janeiro, dois enfermeiros foram vítimas do suicídio. No dia 2 de janeiro, Janaína Silva, 39 anos, enfermeira do HRMS (Hospital Regional Rosa Pedrossian) foi encontrada morta, pegando todos de surpresa e causando enorme comoção entre os colegas de trabalho.
Recentemente, o técnico de enfermagem William Franco, 37 anos, foi encontrado morto por colegas na manhã de sexta-feira (25), no banheiro da Santa Casa de Campo Grande.
Números, déficit e violência
O presidente do Coren-MS, Sebastião Junior Henrique Duarte, informou que no Estado, existem mais de 23 mil profissionais na área de enfermagem, divididos em 6.676 mil enfermeiros, 12.994 mil técnicos, 3.336 mil auxiliares e uma obstetra.
Mesmo com o alto número de profissionais, Sebastião aponta que existe situações de déficit, como por exemplo no HR, de 200 enfermeiros. “O investimento na área da saúde é precário, além das situações diárias, ele precisa enfrentar dificuldades com os equipamentos”.
Ele também ressalta a importância de ser bem tratado, já que os enfermeiros que possuem contato direto com o paciente, sofrem violência, seja ela verbal ou física. “Outra preocupação grande é a violência sofrida pelos profissionais, além da violência psicológica, ainda tem a agressão física”.
O presidente do Coren chegou a citar a flexibilização da posse de arma – decreto assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro – que pode haver situações em que as pessoas podem querer resolver as “injustiças sociais pelas próprias mãos”.
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