Pela biodiversidade, grupo protesta contra desmatamento no Parque dos Poderes

Cerca de 30 voluntários participam, na tarde do domingo (14), de mobilização em defesa do Cerrado do Parque dos Poderes. A campanha, puxada pela bióloga e educadora ambiental Simone Mamede, quer alertar as pessoas dos riscos que as construções anunciadas pelo governo do Estado podem trazer para o meio ambiente. Além de empunharem cartazes, o […]

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Cerca de 30 voluntários participam, na tarde do domingo (14), de mobilização em defesa do Cerrado do Parque dos Poderes. A campanha, puxada pela bióloga e educadora ambiental Simone Mamede, quer alertar as pessoas dos riscos que as construções anunciadas pelo governo do Estado podem trazer para o meio ambiente.

Além de empunharem cartazes, o grupo confecciona camisetas e deverá sair, logo mais, em passeata até a Concha Acústica Helena Meirelles, no Parque das Nações Indígenas. Lá, devem encontrar a frente em defesa do Parque das Nações, que denunciou o assoreamento no lago do parque.

O principal problema, segundo Mamede, é o desequilíbrio ambiental, que pode prejudicar a existência de espécies raras na região. Segundo a bióloga, que também é observadora de aves, há cerca de 200 espécies de aves que podem desaparecer caso a decisão de construir no local seja mantida.

“Campo Grande é a capital da observação de aves e também há quantidade significativa de animais, principalmente de mamíferos. Essa será a maior consequência de desmatar o Parque dos Poderes. Queremos diálogo com o governo, pensar em outras soluções, mas temos que mostrar que se as construções forem feitas, teremos um dano ambiental irreversível”, aponta a bióloga.

Segundo ela, o movimento já conta com mais de 10 mil assinaturas em defesa do Cerrado Parque dos Poderes. “Estamos nos organizando enquanto sociedade com o objetivo de assegurar a biodiversidade daqui do parque. Essa riqueza de Campo Grande tem que ser mantida. Caso haja o desmatamento, as espécies podem sofrer, sendo afugentadas e até extintas”, considera.

O também biólogo Caio Àspet destaca que, atualmente, Campo Grande é considerado o município que mais desmatou na área rural no país. “Não queremos que aconteça a mesma coisa na área urbana. Existe legislação que permite desmatamento, por exemplo, que 11 áreas que somadas dão 28 hectares. Estão ignorando que existe um dano muito grande nisso”, conclui.

Construções

Na última terça-feira (9), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) confirmou que seguirá com o projeto de construção de secretarias e estacionamentos na região do Parque do Poderes, levando a derrubada da mata nativa do local.

Usando como base a Lei Estadual nº 5.237, de julho de 2018, Reinaldo foi claro ao apontar que toda aquela região é para uso do Governo. “Existe uma Lei aprovada que determina os espaços que podem ser ocupados por edificações públicas. Aquilo que já está definido será mesmo construído. O parque é dos Poderes, então todo Poder vai ficar dentro dele”, apontou.

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