Mito ou verdade: após morte de bebê, especialistas esclarecem se Pitbull é um cão perigoso
Muitos mitos giram em torno dos cães da raça Pitbull principalmente o de que ele é uma raça perigosa. O assunto voltou à tona depois que um bebê, de 8 meses, morreu após ser atacado por um cachorro da raça nesta quarta-feira (6). Mas os Pitbulls são realmente perigosos? Especialistas garantem que isso é um […]
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Muitos mitos giram em torno dos cães da raça Pitbull principalmente o de que ele é uma raça perigosa. O assunto voltou à tona depois que um bebê, de 8 meses, morreu após ser atacado por um cachorro da raça nesta quarta-feira (6). Mas os Pitbulls são realmente perigosos? Especialistas garantem que isso é um mito.
Médica veterinária há 12 anos, Cláudia Mendes disse ao Jornal Midiamax que cachorros dessa raça são, como todos os animais, irracionais e que reações inesperadas podem acontecer, até mesmo com animais dóceis como no caso ocorrido em Antônio João – 402 km de Campo Grande.
“Cães desse porte tem uma pré-disposição a serem agressivos, aí tudo dependerá da criação dele. Isso de modo geral. Quando filhote, se o dono perceber que ele está se comportando de maneira agressiva, ele deve procurar um adestrador para que ele não cresça aflorando essa agressividade”, comentou a médica.
A veterinária ainda explica que até mesmo cães de outras raças podem se envolver em episódios de agressão e que não é exceção apenas do Pitbull.
“Cachorros como os Rottweiler e Pastor-alemão, que são cães maiores, também estão sujeitos a passarem por isso. O fato é que são animais e eles não pensam, são irracionais. Por isso, há sempre a necessidade de cuidado, porque há sempre o risco de acontecer alguma coisa”, disse Cláudia.
Instinto de defender o dono
O veterinário Francisco Gonçalves de Carvalho, médico há 35 anos, trabalhou por 30 anos na equipe do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) em Campo Grande e, por esses anos, lidou com casos de agressões. Para ele, o Pitbull é um animal extremamente dócil e, assim como na análise de Cláudia Mendes, também acredita que a educação do cão contribuiu para o seu comportamento.
“Não é que o cão é um monstro, vai depender de como ele será educado. Ele é imprevisível nas suas atitudes porque ele é um animal. Tem que ter um cuidado, não pode facilitar”.
No caso da criança que morreu após ser atacada por um cão Pitbull, Francisco acredita que o bicho agiu no instinto de defender o dono e pode ter enxergado a criança como um outro bicho que poderia ser uma ameaça.
“Não se pode arriscar deixar um cão de 30/40 kg com uma criança de 8 kg. As vezes ele pode ter visto a criança como um animal que ofereceria riscos ao dono e no instinto de proteger, a atacou. Não atacou na maldade, acontece que ele viu a criança como um ser estranho”, comentou.
“O Pitbull não sabe a força que tem”
A força do Pitbull também contribuiu para que episódios de agressão acabem sendo mais graves e a médica Cláudia cita um exemplo. “Qualquer cão, independente da raça, pode se envolver em um ataque. Até mesmo um vira lata. No entanto isso será de menor gravidade devido a força do bicho. O Pitbull ele é mais forte”, pontuou.
A mesma pontuação partiu do veterinário Francisco, que também apontou a enorme força que o Pitbull tem. “Ele é um cachorro como qualquer outro. É um animal que não sabe a força que tem e por isso tem que se tomar cuidado ao deixar um Pitbull perto de uma criança”, disse.
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