Mata nativa ao lado de balneário é derrubada sem consulta a conselheiros
Sem aprovação de conselheiros da APA (Área de Preservação Ambiental), na região do Balneário de Sete Quedas em Rio Verde de Mato Grosso, a 201 km da Capital, máquinas esteiras iniciaram nesta segunda-feira (15) a derrubada de 140 hectares de mata nativa. Os ambientalistas afirmam que a autorização foi dada pelo Imasul (Instituto de Meio […]
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Sem aprovação de conselheiros da APA (Área de Preservação Ambiental), na região do Balneário de Sete Quedas em Rio Verde de Mato Grosso, a 201 km da Capital, máquinas esteiras iniciaram nesta segunda-feira (15) a derrubada de 140 hectares de mata nativa. Os ambientalistas afirmam que a autorização foi dada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e Prefeitura sem consultar o Conselho de Proteção da Área.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver que a área é a menos de um quilômetro do leito do rio, e que tudo aconteceu de forma equivocada e sem comunicação. Segundo contou ao Jornal Midiamax, Rafael Antunes de Arruda, 34 anos, sócio-proprietário da Pousada Passarinho, os trâmites aconteceram no fim de janeiro para fevereiro, época em que os empresários do turismo da região estão focados na alta temporada.
“Na sexta eu estava em reunião no Conselho, onde ocupo a cadeira que representa os donos de pousada, tratando da derrubada de 80 hectares de mata, que foi devidamente comunicada, quando esse proprietário me avisou dos 140 que iam desmatar essa semana sem nos avisar. Não recebemos uma mensagem, um comunicado, nem pelo Whatsapp que isso ia acontecer”, afirmou Rafinha, como é conhecido.
A justificativa é que a área será usada para pastagem de animais, mas o Conselho não entende a decisão porque o solo do local é rochoso. “É uma floresta de quase 80 anos, em que todas as manhãs vemos macacos, veados e até onças vivendo lá. Também podem estar querendo explorar as árvores, que são nativas e muito valiosas”, detalha o empresário.
O grupo tentou impedir a derrubada, indo à Promotoria de Justiça, mas o promotor que cuida do caso entrou de férias. “Nossa maior preocupação é que essa floresta é a principal barreira de detritos que podem descer com a chuva. Já conseguirmos o recuo de 50 metros, mas isso ainda é muito pouco”, conclui.
Durante o fim de semana, os ambientalistas tentaram mobilizar o máximo de pessoas para impedir a ação. Em um áudio emocionado, sem se identificar, um deles chora ao falar que “eu não consegui e o que vou falar para o meu filho? O mundo clamando por água e preservação, mas a gente aqui no Mato Grosso do Sul não consegue impedir o desmatamento de um local que não serve para nada”.
A reportagem entrou em contato com o Imasul por e-mail, mas não houve retorno até o fechamento da matéria. Já a prefeitura do município não atende as ligações.
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