Problemas com a oferta de alimentação, tanto para funcionários como para os pacientes e a falta de materiais e medicamentos, são situações recorrentes no HRMS ( de Mato Grosso do Sul). No final do mês passado, o problema era a falta de insumos no laboratório do hospital, que ficou impedido de realizar exames básicos como de hemograma. Vale lembrar que o Hospital já foi alvo de escândalos, quando três pessoas foram presas durante a Operação Reagente e o então diretor foi levado para prestar depoimento.

Nesta semana, conforme as informações apuradas pelo Jornal Midiamax, os problemas estão na oferta de refeições e na falta de materiais para os profissionais trabalharem. Há quase 20 dias, a alimentação tem sido feita a base de arroz, feijão, repolho e ovo.

Após escândalos e prisões, HRMS enfrenta caos com escassez de medicamentos e até alimentos
(Foto: WhatsApp)

A situação causou indignação em quem acompanha os pacientes no hospital. “Estou como acompanhante da minha avó, ela tem 63 anos. Tem mais idosos aqui, tem gente vários problemas, como vão se recuperar comendo só ovo, arroz e feijão? Até os funcionários estão indignados aqui”, explicou a mulher que preferiu não se identificar.

Conforme as denúncias, o problema não para na oferta da comida, no local ainda faltam materiais para e medicamentos quimioterápicos. “Os enfermeiros estão sem esparadrapo para trabalharem, eles estão usando uma fita ruim demais. Onde está indo o dinheiro para a comida dos pacientes? ”, questionou.

Após escândalos e prisões, HRMS enfrenta caos com escassez de medicamentos e até alimentos
(Foto: WhatsApp)

“Um hospital desse tamanho, servindo esse tipo de comida? Não tem medicamento para os pacientes, minha mãe está aqui esperando para fazer um exame, tá perdendo sangue. Ela tá dentro do hospital, porque não realizam esse exame com urgência. Tá todo mundo falando que tá faltando tudo no hospital, cadê o gestor? ”, relatou uma das acompanhantes.

No local quando não estão em falta, os materiais para execução do trabalho da enfermagem, são de qualidade inferior. Os esparadrapos estão sendo substituídos por uma fita, que segundo os relatos, o material é péssimo, além de ficar soltando da pele do paciente, permite que o acesso da medicação escape o tempo todo. “Isso compromete a segurança do paciente”.

Há ainda a denúncia de que muitos medicamentos estão em falta. “Estão faltando medicamentos quimioterápicos, muitas vezes o único que pode ser usado no tratamento daquele paciente. Outros remédios importantes estão em falta. Cadê a gestão da unidade?”, concluiu uma das denunciantes.

HRMS

Conforme informado pelo hospital, sobre as refeições houve um atraso pontual no fornecimento da carne, mas já foi solicitada a prioridade na entrega para a empresa fornecedora. Eles ainda ressaltam que não há falta de outros ingredientes, e o hospital está fornecendo uma refeição balanceada, com substitutos a proteína animal.

Já o problema com materiais e medicamentos, o HR informou que as trocas necessárias demandam tempo, pois protocolos necessitam ser seguidos para adquirir ou mudar essas condições, o mesmo se aplica a falta dos medicamentos, são situações pontuais que são prioridade de normalização desta gestão mas que também são resolvidas conforme  os procedimentos exigidos pelo poder público, para sanar essas necessidades compras emergenciais são realizadas. Sobre o prazo para que as situações sejam normalizadas, e sobre outra alternativa para a oferta de proteína, o Hospital Regional não deu informações.

Escândalos e prisões

O HRMS foi alvo da Operação Reagente, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em novembro de 2018, por conta de um prejuízo de mais R$ 3 milhões nos últimos anos. A operação era voltada contra os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e fraude em licitação envolvendo equipamentos médicos do Hospital Regional.

Durante a operação, três pessoas foram presas e um diretor do Hospital foi levado para prestar depoimento. Pastas e malotes também foram levados do HRMS e a casa do agora ex diretor-presidente, Justiniano Vavas, também foi alvo de buscas.

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