Transporte de doentes crônicos pode ser cancelado: “estão chorando”, diz médica
A decisão de barrar o transporte gratuito para doentes crônicos partido do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, ainda não está em vigor, mas pode causar transtorno na vida dos pacientes crônicos que dependem desse benefício para se tratar. A emenda constitucional está em vigor desde 1999. A presidente da Abrec (Associação […]
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A decisão de barrar o transporte gratuito para doentes crônicos partido do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, ainda não está em vigor, mas pode causar transtorno na vida dos pacientes crônicos que dependem desse benefício para se tratar. A emenda constitucional está em vigor desde 1999.
A presidente da Abrec (Associação Beneficente dos Renais Crônicos), a médica nefrologista Maria Aparecida Arroyo, contou que a liminar que derruba a gratuidade aconteceu após ação movida pelo Setur (Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Mato Grosso do Sul), onde pedia o cancelamento da emenda.
“90% desses pacientes [crônicos] são muito carentes e precisam fazer hemodiálise nos cinco polos que atendem aqui no Estado. Acontece que, o paciente que não pode vir fazer o tratamento, desiste, porque não consegue pagar pelo transporte e acaba morrendo” disse a médica ao Jornal Midiamax.
Ainda conforme a presidente da associação, o sindicato alega que a emenda não é constitucional e o interesse seria apenas visando o lucro. “O sindicato entrou com um pedido no Tribunal de Justiça e os desembargadores foram bem conscientes e deram parecer a nosso favor. Aí recorreram ao STF e o ministro concedeu a liminar”, contou Maria.
Na Capital, existem 900 pacientes que precisam realizar hemodiálise em clínicas pela cidade e muitos já temem o pior. “Os pacientes estão chorando. Muitos falam que vão morrer porque não tem dinheiro para pagar as passagens para Campo Grande. O sindicato vai prejudicar tantas pessoas, pode até causar mortes”, pontuou médica.
A reportagem entrou em contato com a Setur por telefone, mas ligações não foram atendidas. A SES (Secretaria Estadual de Saúde) preferiu não se manifestar. “O Governo do Estado só vai se manifestar após tomar conhecimento do teor da decisão do STF” afirmou em nota.
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