Projeto ensina disciplina e respeito a crianças com aulas de Jiu-jitsu

Esporte ajuda a ocupar o tempo dos alunos com disciplina e respeito

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Esporte ajuda a ocupar o tempo dos alunos com disciplina e respeito

Para não deixar crianças nas ruas quando estão fora das salas de aula, o vendedor autônomo e mestre de Jiu-jitsu Gilmar Trindade Vargas, de 32 anos, dá aulas para meninos e meninas no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande. Para ele, o esporte ajuda a ocupar o tempo dos alunos e promove disciplina e respeito.

O projeto, intitulado “Eagle Fight Team”, acontece há três anos e leva treinos periodicamente à 30 alunos, entre crianças, adolescentes e adultos. Por considerar um esporte caro, há dificuldades diárias que os participantes enfrentam.

“É complicado para a gente manter um projeto onde não tem fundo nenhum. Mantemos com o apoio dos pais dos alunos e as vezes tiram do próprio bolso”, disse Gilmar ao Jornal Midiamax. As aulas acontecem em um espaço cedido por dono de academia e apoio financeiro dos pais das crianças e alunos mais velhos ajudam a custear quimonos, pagar inscrições de campeonatos, além de conta de água e luz.

Gilmar conta que nunca pensou em procurar auxílio de órgãos públicos pois considera os procedimentos muito burocráticos. Por isso, prefere manter por conta própria. “É muito burocrático. E como nosso projeto não tem fins lucrativos, não tem inscrição em prefeitura, achamos melhor manter assim. Para ajudar alguém sempre existe uma enorme burocracia, então a gente tira um pouquinho do bolso e assim vai”, afirmou.

Preocupação com os alunos vai além dos tatames, pois ao chegar final do bimestre escolar, Gilmar solicita dos pais das crianças o boletim para dar aquela conferida nas notas. “O que eu prezo é as crianças na escola. Fizemos um grupo com os pais no WhatsApp para perguntar como estão os filhos, como estão dentro de casa, se são bons filhos”, disse o mestre.

Custos

As crianças que frequentam o projeto sempre participam de campeonatos e constantemente têm de pagar inscrição para poder competir. Todos os anos, o valor da taxa aumenta e pode variar entre R$ 30 e R$ 50 dependendo da idade do atleta.

“Alguns pais pagam, já os pais que não conseguem pagar e a criança estiver em condições de competir, a gente se organiza e paga a inscrição. O Jiu-jitsu em si já é um esporte caro. Quimono é caro, competições é caro. A gente trabalha também com pomadas [para dores musculares] para passar nas crianças, então tem todo esse cuidado para investir”, contou à reportagem.

Gratificação

Dedicação com o projeto vêm da compensação em ver o feedback que Gilmar recebe dos alunos. “A gente vê nos olhos delas o respeito, a admiração que ela tem por você, a alegria que ela tem quando chega um dia de treino”, declarou.

Projeto ensina disciplina e respeito a crianças com aulas de Jiu-jitsu

Os treinos acontecem todas as terças e quintas-feiras às 18h, com aulas para crianças e às 19h, com aulas para os adultos. A academia fica localizada na Rua Joaquim César Neto, 161, na Mata do Jacinto, perto do Ceasa.

“Convido para a pessoa conhecer como é o projeto, é interessante ir até o local de treino se quiser ajudar”, finalizou.

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