Seis dias após a roda de um ônibus do Corsórcio Guaicurus ter se soltado em frente ao terminal do Shopping Campo Grande, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) continua investigação para saber quanto tempo o ônibus circulou mesmo após ser reprovado em vistoria. Para cada dia nas ruas, pode ser aplicada uma multa de R$ 25 mil. Segundo a Agência, o veículo foi reprovado por problemas no freio e no número de bancos.

O diretor-presidente da Agereg, Vinícius Leite Campos, afirma que foi instaurado um processo administrativo sobre o caso do ônibus com a roda quebrada. O veículo foi reprovado na vistoria não por causa da roda, mas por conta de defeito no freio de serviço e em uma irregularidade no número de bancos. “Esta questão da roda deve ter sido um defeito de fábrica, mas seja como for, o veículo não poderia estar circulando”, diz Campos. Segundo o diretor presidente, a empresa foi notificada ainda na sexta-feira (21) e deve prestar esclarecimentos.

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse que a empresa colocou o ônibus nas ruas mesmo sabendo que o veículo havia sido reprovado e espera que aprendam com a lição. “Eles rodaram, colocaram [nas ruas] apostando que não aconteceria nada. Um infortúnio para eles e felicidade para nós, deus nos mostrou algo que eles estavam fazendo de maneira equivocada. Abrimos processo e serão punidos com valores consideráveis. Que sirva de exemplo para não tentarem omitir como fizeram desta vez”.

O diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, admitiu que o ônibus foi para as ruas após ser reprovado em vistoria, mas afirma que irá contestar. “Estamos questionando esta reprovação, que não teve nada a ver com a roda. O que a vistoria reprovou foi uma válvula de freio e uma divergência na contagem dos bancos”, explica.

Resende ainda ressalta que nem mesmo a vistoria percebeu o defeito na roda do ônibus e atribui a ‘ confusão’ à empresa que fez o serviço. “Havíamos entendido que o prazo era de 30 dias para resolver esta anormalidade, Campo Grande é a única cidade com esse tipo de vistoria especializada em ônibus, é natural que haja um desentendimento neste ajuste de procedimentos”, justifica.

Multa de R$ 25 mil por dia

Conforme a Agereg, uma empresa terceirizada foi contratada pela Prefeitura para vistoriar os ônibus e, no dia 3 de setembro o veículo em questão não passou nos quesitos e foi reprovado. Pouco mais de duas semanas depois, o veículo foi flagrado por usuários sem a roda.

“Ele [ônibus] foi reprovado na fiscalização e logo não poderia estar circulando. Para ele voltar a circular, precisaria corrigir o problema e voltar novamente na vistoria, mas isso não aconteceu”, disse Vinícius ao Jornal Midiamax. Antes do incidente com a roda na terça-feira passada (18), a Agereg notificou o Consórcio Guaicurus questionando o porquê de o ônibus não ter retornado na vistoria, mas a empresa não se posicionou.

Depois da roda do veículo se soltar, no dia seguinte, a Agereg abriu um processo administrativo. “Dentro desse processo, vamos apurar quantos dias esse veículo rodou irregularmente. De acordo com os dias que ele circulou, vamos aplicar multa diária de R$ 25 mil”, revelou Campos.