Trabalhadores lotam Assembleia em audiência sobre reformas de Temer

55 ônibus vieram do interior do Estado

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55 ônibus vieram do interior do Estado

A greve geral desta sexta-feira (28) começou com marcha pelo centro e continua na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alms) no início da tarde. Trabalhadores, representados por diversas entidades e sindicatos, lotam a Assembleia, o saguão e o plenário. Eles participam da audiência ““Não às reformas: debate sobre a retirada de direitos da classe trabalhadora”.

Um telão teve que ser improvisado no saguão, além de cadeiras, para acomodar os trabalhadores, já que o que plenário foi completamente ocupado. Cerca de 500 pessoas estão na Casa de Leis nesta tarde, 55 ônibus vieram de diversas cidades de Mato Grosso do Sul.

 Participam da mesa de discussão o procurador do trabalho Paulo Douglas, o representante da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Elenice Hass, representante do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário e Roberto Botarelli, presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) e o deputado estadual Amarildo Cruz (PT).

Direitos trabalhistas

A caminhada desta manhã levou cerca de 70 mil pessoas às ruas – o número é incerto, já que a Polícia Militar estima presença de 30 mil -. O deputado afirma que o ato “foi de uma importância super evidente”.

“É a 4ª audiência para tratar sobre o mesmo tema, essa foi a que teve maior expressão. Ao longo do debate, dos atos e das ações, a luta vai ganhando corpo e adesão. Acho muito difícil, principalmente depois dos atos, que o governo ganhe”, comentou.

Para ele, o governo federal dá pouca transparência ao déficit da Previdência, o que motiva a equipe do presidente Michel Temer (PMDB) a ‘correr’ com a reforma da Previdência, cujo primeiro termômetro foi sentido nas ruas nesta sexta. Ele acredita que a proximidade das eleições irá inibir os senadores, e que as reformas não serão aprovadas.

“Não é exagero dizer que se aproxima a regime de escravidão [reforma da Previdência e trabalhista]. É absurdo pensar que em uma queda de braço entre patrões e  empregados, que o empregado vai se sair melhor. A força do patrão é muito maior e passa por cima da força do empregado. Se tudo for aprovado o empregado vai se sujeitar a coisas absurdas por uma questão de sobrevivência”, complementou.

Para a professora de Aquidauana, Aline da Silva Arantes, 35, que viajou durante 1h e meia para chegar à Capital, o esforço valeu a pena. “Mesmo com o cansaço, com o esforço, vale a pena porque estão querendo tirar direitos conquistados a muito custo por muitas pessoas. Temo que percamos esses direitos”.

O presidente da Fetems, Roberto Botarelli, declarou que o ato de rua “superou todas as expectativas” e alega que 70 mil pessoas estiveram nas ruas durante a manhã. “Dei a determinação para que a cada sindicato organizasse da forma como achasse melhor, só coloquei metas para cumprirem. As cidades que não vieram fizeram atos locais. Superou toda as expectativas. Isso demonstra a preocupação do povo em relação aos direitos que eram adquiridos e querem tirar. A luta continua enquanto não cair as reformas”.

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