Professor da UFMS xinga índios, revolta internautas e acaba excluindo página
“Não servem pra nada”, disse.
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“Não servem pra nada”, disse.
No mês em que é comemorado o Dia do Índio, a repercussão de comentários preconceituosos de um professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) nas redes sociais provocou revolta entre internautas e dentro da comunidade indígena do Estado. No Facebook, o educador Rodrigo Mitsuo Kishi afirmou que índios são “vagabundos”. “Índio não serve pra nada mesmo, atraso da nação”, publicou.
A publicação começou a ganhar repercussão quando prints dos comentários de Rodrigo foram parar na página do Núcleo Saberes Indígenas na Escola, da UFMS. A publicação foi feita no dia 6 de abril por um ex-aluno da universidade.
“Quando comentei uma postagem de um amigo no Facebook, um cidadão passou a me atacar e a tecer alguns comentários sobre a questão indígena que acredito, precisam ser debatidos”, diz a publicação.
Nas imagens que detalham a discussão é possível ver que após Rodrigo afirmar que “índio não serve para nada”, indignados, alguns internautas rebateram as afirmações intolerantes do professor, porém, mesmo assim ele insistiu. “São inúteis e acho bem bos** ter que sustentar vagabundo com meu trabalho”, continuou.
Rodrigo Mitsuo Kishi é graduado em ciências da computação e lotado no câmpus da UFMS de Três Lagoas, porém, está afastado de suas atividades desde 2015 para cursar doutorado na USP (Universidade de São Paulo).
Em um dos comentários da publicação na página do Núcleo Saberes Indígenas na Escola, um ex-aluno da UFMS afirma que entrou em contato com a ouvidoria do Governo Federal, responsável pelo gerenciamento da universidade, cobrando providências da instituição em relação a postura do servidor.
Entramos em contato com a assessoria de comunicação da UFMS, que não informou quais medidas serão tomadas em relação ao professor. Nota enviada diz que a universidade “veda veemente qualquer forma de discriminação que atente contra os princípios presentes na Constituição Brasileira”.
O texto informa que a universidade “dispõe de uma Ouvidoria, canal institucional específico para o recebimento de denúncias sobre o ambiente universitário, o que inclui a possibilidade de abertura de processos disciplinares para apuração sigilosa de responsabilidades, além de uma Comissão de Ética Pública, mecanismo independente para averiguação de quebras no Código de Ética Profissional da UFMS”.
Falamos com o professor Rodrigo pelo Facebbok e ele informou que teve uma série de transtornos após ter feito os comentários contra a comunidade indígena. O educador afirmou que entraria em contato com um advogado e que até às 12 horas desta sexta-feira (21) nos enviaria nota, porém, até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. Ao tentar entrar novamente em contato com Rodrigo pelo Facebook notamos que ele havia excluído seu perfil na rede social.
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