Imóvel tem 94 anos de história

Um dos principais patrimônios da história de , a Casa do Artesão, é ameaçado pelo abandono. O imóvel que mostra o passado da Capital agora tem paredes desbotadas, infiltrações e a visível necessidade de revitalização – que não ocorre há 13 anos. Apesar do cenário, o espaço que é mantido pelo governo de Mato Grosso do Sul não deve passar por reforma tão cedo.

O casarão surgiu há 94 anos na esquina das avenidas Calógeras e Afonso Pena e leva na sua a história da cidade, é um dos dois únicos projetos arquitetônicos concretizados pelo engenheiro Camilo Boni. Mas para se ter ideia da situação, a última vez que o imóvel passou por reparação foi em 2006, na gestão do ex-governador José Orcírio Miranda (PT).

Dentro do imóvel funciona como turístico da cidade com o comércio especial do artesanato regional, como peças indígenas feitas pelos próprios índios da região, peças em argila que retratam a fauna pantaneira. A situação, no entanto, pouco atrai quem passa pelo espaço que é tombado como patrimônio histórico do Estado. 

A Fundação de Cultura estadual, gestora do local, prometeu uma reforma no espaço em 2015, quando uma das entradas do prédio foi interditado pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil devido as más condições da construção, como infiltrações; como o arco de entrada, feito em madeira, que estava apodrecido e oferecia risco aos visitantes. Já se passaram 13 meses, mas até hoje não há sequer previsão de quando o prédio passará por reparos.

Para a reforma, o governo do estado contava com apoio do governo federal, que logo  depois retirou a ‘ajuda', segundo a União “em função da indisponibilidade orçamentária do Ministério da Cultura”. Eram aguardados o repasse de R$ 350 mil, e sem apoio do poder público, a fundação cogitou uma parceria privada, mas sem sucesso.

Em resposta ao Jornal Midiamax, o  Ministério da Cultura chamou a  reforma de uma “questão pendente” e tratou o problema como uma herança da gestão passada, que se comprometeu a apoiar a recuperação, “mas, por algum motivo, não fez”.

“A nova gestão da Secretaria de Infraestrutura Cultural (Seinfra) do Ministério da Cultura está, no momento, se empenhando para buscar uma solução para apoiar esse espaço, que é patrimônio histórico do Estado de Mato Grosso do Sul”, afirmou o secretário da Seinfra, Raimundo Benoni. Apesar do posicionamento, não há data nem projeto para que o local seja revivido.

Memória de Campo Grande

Construída em 1923 para ser residência e comércio. Em 22 de dezembro de 1924, nela é instalada a 1ª agência do Banco do Brasil, em Campo Grande. De 1938 a 1974, o imóvel foi ocupado pela Recebedoria de Rendas do Estado. No dia 1 de setembro de 1975, o governo Garcia Neto inaugurou no local a Casa do Artesão, sendo sua fachada totalmente restaurada em setembro de 1990.