188 médicos pediram demissão da prefeitura de Campo Grande em 2017

Rede pública perdeu em torno de 4 médicos semanalmente 

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Rede pública perdeu em torno de 4 médicos semanalmente 

Ao menos 188 médicos, de diversas especialidades, deixaram a rede pública de saúde de Campo Grande entre janeiro e outubro de 2017.  A primeira leva de demissões aconteceu nos primeiros quatro meses do ano, quando 136 médicos pediram pediram o desligamento do quadro da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). 

Isso quer dizer que nesse início de ano, por dia, um profissional por dia desistiu de trabalhar nos postos de saúde da Capital. O levantamento apresentado pela prefeitura mostra que o pico de demissões ocorreu em março, com 32 saídas. A menor fatia de dispensas foi registrada em outubro: 3 renúncias. 

Resultado da debandada foram os plantões sem médicos incompletos, e quem precisa de atendimento precisa fazer peregrinação nos postos da cidade.

Segundo a Sesau, a maioria destes profissionais se desligam da prefeitura para assumir residência média, já para o Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), as demissões são espelho da falta estímulos em trabalhar na rede pública.

“O profissional espera um lugar estruturado, com condições adequadas, mas faltam estímulos, recursos e o médico acaba sendo culpado por tudo isso”, explica. 

De acordo com ele, pediatria, vascular e obstetra estão entre as especialidades que apresentam maior déficit na prefeitura. “Essa situação acarreta em cada vez mais filas, dificuldade de encontrar especialistas, dificuldade de se fazer um exame”, observa Renato Figueiredo.  

A secretaria de saúde informou que apesar dos desligamentos, foram efetivados 340 profissionais – acréscimo de 152 médicos no quadro da prefeitura.  O efetivo atual conta com 1.098 médicos para atender toda a rede; são 89 unidades. Em 2015 a quantidade era superior a 1,2 mil. 

 

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