Centro fica dentro da Aldeia Urbana Marçal de Souza

 

O velório da líder indígena Enir Bezerra da Silva, Enir , acontece a partir das 23h desta terça-feira (21), no Memorial da Cultura Indígena, na Aldeia Urbana Marçal de Souza, bairro Tiradentes. O sepultamento deve acontecer às 16h desta quarta-feira (22) no cemitério Jardim da Paz, que fina na BR-060, Km 02, saída para Sidrolândia.

Velório de Enir Terena acontece a partir das 23h no Memorial da Cultura IndígenaA cacique faleceu por volta das 14h desta terça-feira (21) na Santa Casa de , em decorrência de complicações cardíacas. Enir foi fundadora da aldeia urbana Marçal de Souza e a primeira cacique mulher de Mato Grosso do Sul, eleita por voto direto por membros da aldeia, que fica no bairro Tiradentes, em Campo Grande. Enir permanecia no cargo até hoje, por escolha da comunidade.

Enir, que era cardiopata e tinha diabetes, passou mal em sua residência na noite da última segunda-feira (21) e foi internada na Santa Casa. Ela já havia sido internada e esteve em observação na última sexta-feira no CRS Tiradentes, tendo alta na sequência. De acordo com o filho Mauro Sérgio Forasteiro, ela retornou ao hospital por reter muito líquido no corpoe precisava de uma hemodiálise. O procedimento só não foi realizado porque a cacique estava com a pressão muito baixa.

20 anos de lutas

Enir nasceu no dia 8 e março de 1955, na Aldeia Limão Verde, no município de Aquidauana e mesmo com 61 anos e os problemas de saúde, permanecia ativa na comunidade que fundou. Ela deixou 7 filhos, sendo cinco homens e duas mulheres, com quem morava, e 12 netos. Durante a gestão do então prefeito André Puccinelli, Enir iniciou a articulação para a criação da aldeia urbana Marçal de Souza, a primeira do Brasil em território urbano, inaugurada em 1995. Trabalhou junto a Puccinelli como coordenadora de assuntos indígenas tanto no município como no governo do Estado. 

Em 2015, foi homenageada na 17ª edição da Feira Cultural Indígena, que teve como tema. “Enir Índia: A história de suas lutas e conquistas. Na mesma ocasião, ela também reafirmou a luta pelos direitos dos indígenas e confirmou que continuaria militante. “Caminhamos juntos e fizemos nossa história. Fizemos grandes conquistas, como a construção da Escola Sulivan e a Construção do Memorial Indígena. Cabe a nós preservar e zelar por tudo que temos”, comentou. No mesmo dia, ela também foi homenageada pela Empresa Brasileira de Correios de MS com um selo comemorativo em homenagem ao Dia do Índio.