Enfermagem ainda não recebeu o décimo e férias 

O auxiliares técnicos e enfermeiros do Hospital Regional Doutor Estácio Muniz, em , distante 140 quilômetros de Campo Grande, podem entrar em greve nesta quinta-feira (11). O motivo é o atraso salarial, que segundo o presidente da Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana é recorrente, além do pagamento do décimo terceiro, que até agora não foi efetuado e de uma divida que excede R$ 500 mil, referente a férias trabalhistas.

O presidente explicou que a categoria não consegue mais ‘absorver' os atrasos e que a situação chegou ao “caos total”. Segundo ele, o pagamento que deveria ser feito no quinto dia útil de cada mês, já chegou a cair no dia 20. “Nós não temos mais uma data certa para receber, e ainda tem o décimo terceiro, que não saiu. Além da férias, que tem funcionário que não tira há 4 anos”, disse.

O prefeito da cidade, José Henrique Trindade explicou que a prefeitura tem consciência dos débitos, mas não tem caixa para realizar todos os pagamentos agora. “O salário tem sido pago no dia 10, mas esse mês atrasou um pouco por causa dos feriados. Agora o décimo é mais complicado, porque nós não temos dinheiro em caixa. Já tivemos que cancelar o Carnaval e o Futebol por causa disso. Nós estamos aguardando um recurso do governo do Estado, que é repassado todo final de ano e nos ajuda com isso, mas até agora não veio”, destacou.

Ainda segundo o chefe do Executivo municipal, manter o hospital tem sido muito complicado, porque os recursos federais, estaduais e municipais destinados para isso não são suficientes. A instituição recebe mensalmente aproximadamente R$ 1,3 milhões, mas só a folha de pagamento dos médicos consome cerca de R$ 500 mil. “E ainda tem os gastos com a hemodiálise, que está superlotada, medicamentos, internações, alimentação. Então todo mês nós estamos fechando com um deficit de quase R$ 400 mil”, afirmou.

Já a diretora do hospital, Ana Lúcia Guimarães Alves Corrêa, o problema é ainda maior. Segundo ela, o deficit mensal é de R$ 800 mil. “Nós estamos conseguindo manter os serviços, mas desse jeito, faltando aqui e ali. Nossa demanda é muito grande, principalmente dos moradores de Anastácio. Por exemplo, nós pactuamos com o prefeito de lá, 20 partos ano e em 2015 realizamos 260. Sem falar no pronto-socorro, que eles também não tem. Então sobrecarrega a gente”, disse.

Ainda segunda a diretora, o atraso no salários dos funcionários é motivado pela demora do governo federal em liberar o recurso. “Eles está liberando entre o dia 10 e 13. Eu entrei no site hoje e ainda não está disponível”, disse ao explicar que depois de liberado, o recurso demora cinco dias para cair na conta do hospital. “Eu acredito que nós só vamos conseguir efetuar os pagamentos lá pelo dia 15”, finalizou.

Na manhã desta quinta-feira (11) a categoria vai ser reunir em assembleia geral, na frente do hospital, para avaliar a situação e decidir se entram ou não em greve.