Secretário disse que em vez de dez doses, vacinas vieram com 8 a 9

Diante do impasse entre o número de pessoas vacinadas do grupo prioritário e o número de doses contidas nos frascos das vacinas, o secretário municipal de saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca, reafirmou em sua página no facebook que as vacinas vieram com número menor do que a especificada na embalagem. Conforme ele, a situação está na Justiça e o governo federal e estadual deverão reparar o prejuízo causado à população.

Segundo ele, durante a campanha de vacinação, várias unidades de saúde reclamaram que as vacinas que o governo disponibilizou, discriminava 10 doses e os técnicos constataram que havia em média de 8 a 9. “Isso refletiu diretamente no atendimento da nossa população e muitos ficaram sem obter o referido benefício”, afirmou.

Ele ainda afirmou estar em posse das provas que comprovam as irregularidades e que não existe pessoas que foram vacinadas fora do grupo de risco.

A prefeitura não informou o número de doses, que supostamente, faltaram na embalagem.

Padrão de qualidade

O Instituto Butantã explicou que a fabricação de imunobiológicos segue rigorosos padrões, com todos os processos certificados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “No caso da vacina da gripe, envasa-se sempre uma quantidade superior à correspondente a dez doses (5ml), de forma a garantir a existência de dez doses por frasco, de acordo com a especificação descrita no registro do produto. O processo de envase é totalmente automatizado”, afirmou.

Destacou ainda que ao ter toda a linha de produção da vacina influenza (gripe) certificada pela Anvisa, em 2014, o Instituto Butantan se tornou o primeiro laboratório público brasileiro a receber Certificação de Boas Práticas de Fabricação para uma linha completa de produção.

Aumento crescente da gripe

O Ministério Público instaurou inquérito civil para investigar a possível insuficiência na quantidade de vacina trivalente de imunização contra o vírus influenza A e B, disponibilizada na rede pública do município de Campo Grande, cuja responsabilidade recai sobre a prefeitura.

Para instaurar o Inquérito Civil, foi considerado que, conforme dados do último boletim de Situação Epidemiológica da Influenza em MS, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde em 17/5/2016, é crescente número de casos confirmados de infecção pelo vírus influenza A e B, bem como de óbitos por decorrência dessa infecção, o que demonstra a expansão da doença e a essencialidade de se executar de forma eficiente a imunização prevista na Campanha Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde.