Mães fazem protesto por possível fechamento de Quimioteca em HC
Diretor do Hospital garante continuidade de tratamento
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Diretor do Hospital garante continuidade de tratamento
Um grupo de mães participou na manhã desta terça-feira (12), de um protesto contra o possível fechamento da Quimioteca, que atualmente atende 12 crianças em tratamento no Hospital do Câncer Alfredo Abrão. A manifestação começou por volta das 9 horas, na Praça Ary Coelho, no centro de Campo Grande.
Erika Gomes Melgar da Silva, de 33 anos, é mãe de uma jovem de 16 anos, que há dois anos faz tratamento contra leucemia no Hospital do Câncer. Ela teme que a filha e os demais pacientes sejam transferidos para o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian ou para o Cetohi (Centro de Tratamento Onco Hematológico Infantil), no Hospital Regional do Mato Grosso do Sul-Rosa Pedrossian.
“Eles estão fechando a Quimioteca e soubemos que vão transferir os pacientes para o Hospital Universitário ou para o Hospital Regional. Não queremos que isso aconteça. Minha filha passou dois meses com diagnóstico errado no Universitário. Tomou medicamentos que não precisava, não quero que seja levada para lá outra vez e sem contar que sabemos que lá não tem os medicamentos que os pacientes necessitam”, afirma.
Vanessa Aparecida da Silva Tiburcio, de 36 anos, é mãe de um menino de 10 anos que há pouco mais de um ano faz tratamento no Hospital do Câncer. Ela também teme que o filho seja transferido para outro hospital.
“Sei no Hospital do Câncer eles têm toda a estrutura que necessitam para serem atendidos. Não quero que ele vá para o Regional por lá seria atendido pela mesma médica que o atendeu quando ele fez a primeira cirurgia. Ela nos disse que o tumor era benigno e ele já estava em estágio mais avançado. Jamais deixaria que meu filho fosse tratado com ela outra vez. Meu sentimento é de medo agora”, frisa.
O diretor do Hospital do Câncer, Carlos Coimbra, diz que há equivoco nas informações. Ele garante que a Quimioteca não será fechada. “Não houve fechamento da Quimioteca e isso não vai acontecer. Apenas mudamos de lugar por questão estrutural. Temos três salas para cirurgias de grande porte que estão sendo inviabilizadas por conta de cirurgias de pequeno porte. Então mudamos a Quimioteca para outro ambiente para que a sala seja destinada a esses procedimentos”, afirma.
Quanto à transferências de atendimento para o Hospital Universitário e Hospital Regional, citadas pelas mães, Coimbra justifica que no momento não há nenhuma determinação para que os pacientes, já atendidos no local, sejam transferidos.
“Temos desde 2015 uma proibição para recebimento de novos pacientes de quimioterapia infantil. Não temos credenciamento para atender de forma integral porque não temos UTI [Unidade de Terapia Intensiva], Pronto Socorro e enfermaria exclusiva pediátrica, mas continuamos com os pacientes que já estavam em tratamento. Pode haver transferência se o gestor municipal entender que os pacientes devem ser tratados em um hospital que já tenha essa estrutura”, salienta.
Coimbra afirma ainda que caso a transferência seja necessária, será solicitada preferência para que o tratamento seja realizado com a mesma oncologista que atende os pacientes atualmente.
“A mesma médica que atende aqui, será chefe do setor de oncologia infantil no Hospital Universitário. Pediremos que preferencialmente sejam atendidos por ela. Não seremos desumanos em tirá-los de um médico e deixá-los com outro”, assegura.
Questionado sobre a questão da falta de medicamentos no Hospital Universitário, mencionado pelas mães, o diretor do Hospital do Câncer diz que desconhece o problema. “Conversamos com os responsáveis pelo HU e também no Ministério da Saúde e fomos informados de que isso não é verdade. Se acontecer esse tipo de problema, podemos repassar os medicamentos para o tratamento”, declara.
De acordo com informações do diretor do Hospital do Câncer, atualmente 10 crianças fazem tratamento de hormonioterapia e outras duas fazem sessões de quimioterapia. Mães de pacientes em tratamento afirmam que vão procurar o MPE (Ministério Público Estadual) a fim de garantir que a Qiomioteca continue atendendo e que os filhos não sejam transferidos.
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