Justiça dá até segunda para famílias indígenas desocuparem fazendas

Em vídeo, Guarani Kaiowá afirmam que não vão cumprir ordem

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Em vídeo, Guarani Kaiowá afirmam que não vão cumprir ordem

Famílias Guarani-Kaiowá receberam ordem da 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados para desocupar até segunda-feira (22) as fazendas Coqueiro e Santa Helena em Douradina, a 200 quilômetros de Campo Grande. A Agropecuária Helena Hossri reinvindica a posse desde o ano passado, mas os indígenas afirmam que não irão cumprir a ordem e resistirão à ação policial.

Na área de 75 hectares, do acampamento Tajasu Iguá, vivem ao menos 23 famílias desde julho de 2015. Na época, segundo nota divulgada no Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os indígenas sofreram um ataque violento de pistoleiros, mas conseguiram permanecer na área.

Ainda de acordo com o Cimi, a área retomada é parte da Terra Indígena Lagoa Rica/Panambi, já identificada, delimitada e reconhecida pelo estado brasileiro em 2011.

Reunião entre indígenas, polícia, Funai (Fundação Nacional do Índio) e a assessoria jurídica do fazendeiro realizada no dia 16 estabeleceu um prazo de cinco dias para que os indígenas saíssem da área, e informou que o armamento e o efetivo policiais já estão a postos para retirar os indígenas da retomada, segundo o Cimi. 

O Conselho explicou que inicialmente, a PF havia estabelecido um prazo de 48 horas pra a realização do despejo, no entanto, os indígenas conseguiram estendê-lo por mais três dias.

De acordo com o diretor de secretaria da 1ª Vara de Justiça Federal de Dourados, Wulmar Drumond, a decisão foi tomada no ano passado, mas a reintegração será na segunda. “A disputa ocorre há anos, até houve um recurso, mas o tribunal confirmou a decisão de reintegração de posse à empresa Agropecuária Helena Hossri. A expectativa é que as famílias desocupem as fazendas até segunda-feira de forma voluntária, caso não ocorra será feita a reintegração a partir de terça-feira com a polícia”, explica. 

Clique aqui para assistir ao vídeo. 

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