Em ano de epidemia, Campanha da Fraternidade vai ‘caçar o Aedes’

Neste ano, campanha tem como tema o saneamento básico

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Neste ano, campanha tem como tema o saneamento básico

Com mais de 100 milhões de brasileiros vivendo sem saneamento básico e com o Estado mergulhado em uma epidemia de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a Campanha da Fraternidade deste ano terá o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”. O objetivo é refletir as questões que envolvem o saneamento como o esgoto, distribuição de água potável, coleta seletiva e a coleta de lixo. 

“Queremos envolver escolas e todos os que se interessam pelo tema para a conscientização. A nossa realidade impõe a união com o Governo do Estado e todas as igrejas para que cada um cuide em sua casa”, diz o Arcebispo da Arquidiocese de Campo Grande Dom Dimas Lara Barbosa. 

A Campanha da Fraternidade será oficialmente realizada no domingo (14), às 9 hora, no Centro Poliesportivo Dom Bosco. Para enfrentar o mosquito, já está marcado para o dia 27 de fevereiro um mutirão com o apoio do governo do Estado em toda a Capital. Antes, será feita a capacitação dos agentes de diversas igrejas de Campo Grande. Neste ano, a Campanha da Fraternidade é ecumênica, ou seja, envolve além da Católica, igreja Evangélica, Anglicana e Ortodoxa. Por conta disso, a expectativa é de  que mais gente participe da mobilização de combate ao Aedes aegypti e dos debates com relação ao saneamento básico. 

Neste sentido, segundo Dom Dimas Lara Barbosa, o “objetivo é unir as igrejas e expressões religiosas para ações de conhecimento da realidade local, consumo responsável de água e políticas públicas”. Em Campo Grande, a empresa responsável pelo tratamento do esgoto e distribuição de água, Águas Guariroba se colocou a disposição durante a campanha. “Queremos também a difusão da tarifa social. Muitas vezes, a população nem sabe dessa realidade”, explica.

Durante a realização, as paróquias vão pensar estratégias para realizar a conscientização da população. Para elaborar a campanha, pessoas da área foram consultadas e a meta é levar a conscientização dos grandes centros até ribeirinhos da Amazônia, explica o arcebispo. “Não temos uma receita pronta, mas vamos intensificar o debate.  A área rural e assentamentos do Estado também não devem ser esquecidos”, diz.

Microcefalia

Sobre a microcefalia, doença também relacionada ao mosquito Aedes aegypti, e a possibilidade da liberação do aborto no Brasil, o arcebispo recolocou a posição da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

“Trata-se da morte de um inocente. Mesmo bebês anencéfalos podem sobreviver por um período. No caso da microcefalia, são observados menor número de abortos espontâneos. Então, qual o grau de má formação que define da pena de morte?, questionou”.

Ainda segundo Dom Dimas, o temor também é com relação a “abrir as porteiras” para que bebê com outros tipos de deficiências acabem tendo a possibilidade de aborto. 

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