Catadores prometem trégua, mas afirmam não parar manifestações sem acordo

Procurador do Trabalho, Paulo Douglas, se reúne com catadores na segunda

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Procurador do Trabalho, Paulo Douglas, se reúne com catadores na segunda

Os catadores de materiais recicláveis que solicitam a reabertura da área de transição do aterro sanitário de Campo Grande prometeram trégua no feriado de Páscoa, mas afirmam que voltam com tudo se na segunda-feira (28) não chegarem a um acordo. Na data há duas reuniões previstas, uma às 10 horas ainda a ser confirmada, e outra às 14 horas, já confirmada com o procurador do Trabalho do Mato Grosso do Sul, Paulo Douglas.

Segundo o catador Rodrigo Leão Marques, o procurador está intermediando as negociações com as autoridades em nome dos catadores. Entretanto, ele alerta que se resoluções forem tomadas sem o consentimento dos trabalhadores eles voltam a protestar. “Dizem que já resolveram nossa vida sem a nossa participação. Têm 300 vagas esperando por nós. Se for isso vamos levantar da mesa e vamos embora. Nos queremos que abra a transição ou trabalhar na UTR (Usina de Triagem de Resíduos Sólidos). A gente só quer trabalhar onde a gente sempre trabalhou”, diz.

Ele critica a forma como o governo tem agido e diz que eles não querem esmolas. “A gente não quer sacolão, ajuda de custo. Eles querer dar esmola pra gente, nunca precisamos disso. Queremos que façam funcionar a usina. Usina não é concreto e aço. Tem que ter material para os trabalhadores”, salienta.

Catadores prometem trégua, mas afirmam não parar manifestações sem acordoEle diz ainda que cadastrarem os trabalhadores no Proinf (Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais) para se capacitarem em outra profissão, como já foi cogitado, não será aceito pelos trabalhadores. “Limpar terminal e carpir ninguém quer. Não que tenhamos problema com esse trabalho, mas a gente quer fazer o nosso trabalho. Fazer o que a gente sabe fazer. Eles que arrumaram a sarna, que se cocem”, diz.

Já o catador João Alves conta que hoje haverá um cadastro para o Vale Renda, programa do governo do estado, e que os trabalhadores devem entrar no projeto até que uma solução definitiva se concretize. “O pessoal da governadoria pediu para fazer o cadastro do vale renda. A Rose Modesto (vice-governadora) veio dar um apoio. Vamos ver como vai ser isso”, finaliza.

 

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