Brinquedo seria da cunhada da diretora

A existência de uma cama elástica no Ceinf (Centro de Educação Infantil) Maria Cristina Ocáriz de Barros, localizado no Jardim Tijuca II no dia em que o menino de dois anos fraturou o fêmur foi confirmada por testemunhas. A creche estava na Semana do Brincar, e o pula pula foi locado para permanecer a semana toda, mas logo após o acidente a diretora Byanca Candal pediu para que fosse retirado, afirmam as testemunhas.

De acordo com a ex-recreadora Iara Freitas da Silva, de 35 anos, a diretora teria contado do caso apenas no dia 30 de junho durante uma reunião, “Ela disse para nós na reunião que o menino tinha caído e que durante a consulta o médico teria pedido para ela inventar uma outra mentira pois jamais o menino teria quebrado o fêmur caindo sozinho. Mas continuou sustentando a versão do escorregão no banheiro”, contou.

A mãe do menino Rosimar Dias de Souza, disse ter ouvido o médico falando para a diretora contar a verdade e ela deixou escapar que a criança teria escorregado ao tentar descer do brinquedo. “Eu ouvi mesmo o médico falando para ela oara de mentir, foi quando ela disse que ele escorregou quando foi descer do pula pula”, conta a mãe.

Ainda segundo a Iara, foi informado para ela que no dia do acidente a diretora ficou no Ceinf até tarde da noite para desmontar o pula pula. “Ela ficou até umas 20h no Ceinf, ligou para o marido dela e pediu para que ele desse um fim naquele pula pula”, contou.

Uma testemunha confirmou a história e disse que realmente existia o tal pula pula e que ele seria de propriedade da cunhada de Byanca. “O pula pula era de uma cunhada da diretora e era para ficar a semana inteira no Ceinf, mas assim que chegou do Hospital ela ligou para o marido dela que desmontou o pula pula. Quando questionamos ela apenas disse que não queria que acontecesse nada com mais alguma criança”, disse.

“Como ele estava de meia, acredito que ele tenha caído do pula pula e quando foi ao banheiro não aguentou de dor e caiu no chão chorando, e foi quando a recreadora acionou a direção. Não tem como ele ter quebrado a perna apenas escorregando no banheiro”, concluiu.

Entenda o caso

No dia 24 de maio, Rosimar Dias de Souza, mãe do menino afirma ter deixado ele no Ceinf e pouco depois recebeu uma ligação da diretora pedindo que ela retornasse à creche pois a criança teria se machucado. Antes mesmo de chegar, a mãe recebeu uma nova ligação e foi informada de que o filho já teria sido levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida.

Quando chegou no local Rosimar questionou a lesão na criança e a diretora afirmou que a criança teria escorregado e caído sozinha, mas que não permitiram que a mãe visse a perna da criança. “Quando cheguei estavam segurando meu filho com uma coberta sobre a perna dele. Pedi para segurar ele e disseram que era melhor não porque estava dormindo. Quando entramos na sala, a médica tirou a coberta e a perna dele estava como uma bola enorme. Na hora a médica pediu raios-X porque sabia que ele tinha fraturado o fêmur. Fizemos o exame que constatou que ele tinha quebrado a perna em uma parte e trincado em outra próximo da bacia”, afirma.

A criança foi transferida para atendimento na Santa Casa no mesmo dia onde passou por cirurgia. Segundo a mãe, médicos informaram que menino pode ficar com sequelas por conta da fratura. Mas que no dia dois de agosto criança passará por nova cirurgia. 

 

(Sob supervisão de Marta Ferreira)