Paciente ‘acorda sem dedos’ e reclama de médicos que estavam no WhatsApp

Ele queria preservar os dedos depois de acidente

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Ele queria preservar os dedos depois de acidente

Um acidente na manhã deste sábado (15) com uma caçamba resultou na amputação dos dedos de Benício Cabral, de 32 anos, sócio de uma empresa de aluguel de caçambas. Revoltado, o paciente garante que perdeu os dedos porque, enquanto aguardava na mesa de cirurgia, os médicos conversavam pelo WhatsApp.

Benício disse que o acidente ocorreu por volta das 9 horas, quando descarregava uma caçamba e acabou quebrando os dedos e dois deles tendo a parte superior quase decepada. “Quando vi a situação recoloquei os dedos no lugar, já que tenho curso de primeiros socorros, e corri para o hospital para que reimplantassem meus dedos”, relata.

Ainda de acordo com Benício ao chegar ao pronto-socorro do hospital foi atendido com rapidez, mas depois de fazer raios X é que começou a demora para a realização do procedimento. “Estava demorando demais e fiquei com medo de perder meus dedos. Falei com o médico, que acabou me convencendo de que tinha muita gente na minha frente também precisando de atendimento”, fala.

O paciente foi convidado pelo médico para dar uma ‘voltinha’ pelos corredores do hospital e ver a situação de outros pacientes. “Fiquei até comovido com a situação, mas não queria perder meus dedos”, explica. De acordo com o relato somente às 17h30 o paciente foi encaminhado para o centro cirúrgico, mas ao chegar à mesa de cirurgia teve de esperar por mais uma hora, já que segundo Benício os médicos estavam ‘ocupados’ no WhatsApp.

“Fiquei revoltado com a situação, eu ali esperando deitado na mesa de cirurgia e os médicos trocando mensagens no WhatsApp, quer dizer ia perder meus dedos porque eles estavam conversando?”, diz indignado. Benício foi operado e teve os dois dedos amputados pelos médicos. “Não autorizei esta amputação. Fiz de tudo para tentar salvá-los (dedos) e simplesmente cortaram fora. Até agora não vieram me explicar o que ocorreu e nem a cara do médico eu vi”, diz.

“Pretendo ver com meu advogado o que pode ser feito. Vou ver quais providências jurídicas posso tomar contra o hospital”, explica. Benício ainda diz que a revolta maior é ter de ficar esperando enquanto os médicos que deviam tentar salvar seus dedos estavam no WhatsApp. “É simplesmente revoltante. Quantas pessoas deixam de ser atendidas por causa desse WhatsApp?” indaga.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria da Santa Casa e foi informado que o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), foi até o leito do paciente para pegar o depoimento para o relatório do manifesto de reclamação. Em relação ao fato relatado pelo paciente sobre os profissionais estarem no WhatsApp, em vez de fazer o atendimento, a Santa Casa tomará providências para apurar os fatos.

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