Monumento do Sobá recebe pintura nova e autor da obra se revolta

O artista plástico Cleir Avila diz que não foi comunicado sobre a pintura 

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O artista plástico Cleir Avila diz que não foi comunicado sobre a pintura 

O conhecido Monumento do Sobá localizado na entrada da Feira Central em Campo Grande passou por uma pequena reforma na tarde desta quinta-feira (6) para a abertura do tradicional Festival do Sobá. Mas o que era para ser uma coisa boa gerou revolta no Facebook, pois o autor da obra, o artista plástico Cleir Avila Ferreira Junior, não foi informado sobre a reforma e nem das alterações feitas no monumento.

Tudo começou quando na tarde desta quinta-feira Débora Belalian Figueiró, amiga de Cleir Avila, passava na frente da feira e percebeu que o monumento estava sendo pintado. “Quando vi que estavam pintando parei para ver quem era e se conhecia o Cleir. Perguntei para o pintor se ele era o autor da obra, ele disse a princípio que sim, mas depois disse que estava ali a mando da dona da feira”, explica Débora.

Foi então que Débora resolveu filmar e fazer algumas perguntas para o pintor sobre o trabalho que estava sendo feito no monumento. Sem saber que estava sendo filmado, o pintor disse que por causa do Festival do Sobá, que teve sua abertura oficial na noite de ontem, ele estava “dando um tapa nele para ficar um pouquinho mais bonito, mas que o trabalho de restauração mesmo é um pouquinho mais delicado”.

Débora destaca que além de não comunicarem o artista sobre a reforma, a pintura apagou as escritas em japonês que significavam paz, amor e equilíbrio descaracterizando a escultura em homenagem à Colônia Japonesa. O vídeo publicado na página pessoal de Débora no Facebook já tem 20 compartilhamentos e nos comentários várias pessoas se dizem revoltadas com o ocorrido, inclusive o próprio Cleir.

“É difícil encontrar palavras para descrever esta sensação, a questão é imoral e desrespeitosa, aonde estão os direitos autorais?? Mas confio na justiça e vou fazer uso dela para garantir que não venha mais desinformados há cometerem tamanha falta de sensibilidade com o símbolo do Patrimônio imaterial que criei para homenagear a Colônia Japonesa”, diz o comentário do artista plástico no vídeo.

Cleir Avila diz que sua indignação não é com atitude do pintor, mas com a pessoa que o contratou para fazer isso. Ele lembra que o artista é amparado pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais dos artistas. “O artista é amparado pelos direitos autorais. É imoral alguém achar que pode passar por cima da obra de arte”, destaca Cleir.

A redação do Jornal Midiamax entrou em contato com a Feira Central de Campo Grande e segundo a presidente da Associação da Feira Central, Alvira Appel Soares de Melo, foi feita apenas uma limpeza no monumento para o Festival do Sobá e por isso não achou necessário comunicar ao autor da obra. Também entramos em contato com a Prefeitura de Campo Grande, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.

Confira o vídeo gravado por Débora.

 

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