Famílias esperam que situação seja regularizada

Moradores da Rua Texas, no Jardim Inapolis, em reclamam de abandono. Eles moram há mais de 15 anos em uma área de comodato e afirmam que foram “esquecidos” pelo poder público.

Sem a regularização da área, os moradores não podem fazer construções de alvenaria e as casas construídas com material improvisado já não oferecem a segurança necessária. O auxiliar de produção Júlio Cézar da Silva, de 35 anos, destaca que as residências feitas de madeiras não são seguras e que com o passar dos anos, começaram a apresentar riscos.

“As madeiras estão apodrecendo. Minha varanda mesmo está destruída e isso é perigoso porque temos crianças aqui e as casas podem despencar sobre nossas cabeças”, afirma.

Conforme os relatos, em outubro do ano passado, o vereador Delei Pinheiro (PSD) esteve no local e prometeu que a situação seria regularizada. “O vereador disse que resolveria a nossa situação. Chegou a vir equipe de topógrafos para medir a área, ele disseram que em três meses dariam retorno, mas até agora nada. Esqueceram da gente”, lamenta.

O parlamentar, por sua vez, admite que esteve no local e alega que o estudo da área apontou outros problemas. Segundo ele, alguns dos moradores estão em área particular e outros, impedindo a abertura de via pública, questões que também precisam ser regularizadas.

“Na época propusemos o levantamento topográfico para que pudéssemos demarcar toda a ocupação, inclusive, dos que estão em via pública para que depois fizéssemos a proposta, mas logo após a demarcação o Executivo municipal junto ao  [Instituto Municipal de Planejamento Urbano] apresentou um projeto de mudança da lei do uso do solo em áreas industriais”, explica.

O vereador afirma que a mudança beneficiará as famílias. “A intenção é construir conjuntos habitacionais nos núcleos industriais da cidade para que as famílias que estão em via pública sejam removidas para essas unidades. Já quanto aos demais, vamos regularizar a situação”, garante.

O parlamentar assegura que a matéria já foi encaminhada para a Câmara de Vereadores e que ainda não foi votada. Caso seja aprovada, ainda será necessário aguardar o cronograma do programa Minha Casa, Minha Vida III, do governo federal.

“A nossa vontade é de que sejam 12 mil casas em todos os núcleos industriais de Campo Grande, mas o programa ainda não foi lançado e isso precisa acontecer para sabermos qual será a nossa cota. Teremos de esperar o lançamento”, justifica.

Em nota, a Agência Municipal de Habitação de Campo Grande esclarece que o local se trata de uma área mista, ou seja, em sua maioria é particular, o que requer desapropriação. A Agência relata que já foi feito um levantamento topográfico planimétrico das edificações que se encontram em área particular e de arruamento (pública) e que existe um trabalho da em conjunto com o Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) para que a legislação pertinente à regularização fundiária seja colocada em pauta para votação pela Câmara Municipal de Campo Grande o mais breve possível a fim de verificar a viabilidade da regularização da área pública.

Protesto – Os moradores organizam uma manifestação que deve ocorrer na manhã deste sábado (25). “Nós moradores vamos nos reunir porque não podemos ficar de braços cruzados. Queremos o que foi prometido, que regularizem a nossa situação ou que nos deem condições de morar em outro lugar”, finaliza.