Investigação da polícia aponta que o tenente da Polícia Militar, Henrique Velozo, de 30 anos, teria fingido ‘desistir’ da discussão enquanto era imobilizado pelo lutador de jiu-jitsu, Leandro Lo, antes de sacar a arma e matá-lo. O crime ocorreu durante show de pagode em São Paulo, no ´ultimo sábado (6).

O oficial estava de e sem uniforme e sacou a arma que escondia embaixo da roupa. As informações constam no inquérito policial que apura as causas e responsabilidades pelo assassinato.

“Henrique simulou ter desistido do impasse, virou-se de costas, deu alguns passos na direção contrária a Leandro e repentinamente sacou a arma de fogo escondida sob suas vestes e efetuou um único disparo na testa de Leandro, evadindo-se do local em seguida”, informa um dos trechos do documento a partir do que testemunhas disseram à polícia.

Mãe acredita em premeditação

A mãe de Leandro Lo, campeão mundial de jiu-jítsu assassinado no fim de semana, disse nesta terça-feira, 9, acreditar que o crime que resultou na morte do filho foi premeditado. O lutador levou um tiro na cabeça no último domingo, 7, após briga ocorrida em um show na zona sul de . O policial militar apontado como autor do disparo está preso.

“Acho que foi premeditado, esse homem (o policial) foi lá para matar meu filho”, disse a mãe do lutador, Fátima Lo, em participação no programa Encontro, da TV Globo.

O entendimento de outros parentes da vítima ouvidos pelo Estadão também é de que o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo agiu de maneira premeditada. A circunstância, porém, ainda deve ser esclarecida pela investigação policial.

“Meu filho estava com outros rapazes e eles são todos lutadores. Olhando para eles, dá para ver que eles têm a característica de lutador, (marcas na) orelha e tudo. E ele (policial) ficou o tempo todo provocando, tomando bebida, tomando água.”

Com o comportamento do policial, Fátima diz que o filho reagiu e confrontou o suspeito. “Isso aqui não é seu, você coloca no lugar”, teria dito Leandro, conforme relato da mãe. O desentendimento ocorreu em show da banda Pixote no Clube Sírio, zona sul da cidade.

O policial, então, teria deixado as bebidas no lugar, mas começou a “peitar” o campeão de jiu-jítsu. Neste momento, Leandro teria imobilizado o homem para evitar que a situação escalasse. De acordo com o advogado da família de Lo, Ivã Siqueira Junior, após se afastar, o policial sacou uma arma e atirou uma vez na cabeça do lutador.

Má intenção

“Se você está sozinho em um lugar e você vai provocar uma mesa que tem só lutador, você está com má intenção”, disse Fátima ao programa Encontro. “Ele (o policial) é um covarde e quero que ele pague pelo que fez.”

O corpo do lutador foi enterrado na tarde desta segunda-feira, 8, no Cemitério do Morumby, zona sul da cidade. A Polícia Civil de São Paulo prendeu o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo após a Justiça determinar a sua temporária por 30 dias. O PM é apontado como o autor do disparo que matou Leandro Lo.

Fotos divulgadas nas mostram o suspeito usando um quimono. A Federação Paulista de Jiu-Jítsu não confirma se ele é um atleta federado. A entidade estima que o Estado tenha 1 milhão de lutadores – do total, apenas 40 mil são filiados.