País terá empresas operando no espaçoporto de Alcântara em 2022
Segundo Moura, o Brasil é dotado de características únicas que permitem a operação em diversas frentes do setor aeroespacial
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Iniciado há 20 anos, o processo de criação de um espaçoporto – uma estrutura que permite o lançamento e a aterrissagem de veículos e módulos espaciais tripulados ou não – está próximo de se concretizar no Brasil, informou hoje (14) o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), coronel Carlos Augusto Moura, em entrevista ao programa A Voz do Brasil.
Segundo Moura, o Brasil é dotado de características únicas que permitem a operação em diversas frentes do setor aeroespacial. A base de Alcântara, localizada a 32 km de distância da capital do Maranhão, São Luís, é situada em uma localização geográfica privilegiada, que gera economia de combustível espacial em lançamentos.
“Temos um dos melhores locais do mundo para fazer lançamentos espaciais, tanto geograficamente quanto em termos de logística. Empresas, tanto nacionais quanto estrangeiras, tem interesse de aproveitar essas vantagens. Esperamos que já no segundo semestre tenhamos empresas operando no que chamamos de Espaçoporto de Alcântara”, afirmou o presidente.
Além da logística, o país se tornou produtor de satélites de monitoramento e comunicação, como o Amazonia-1, lançado em fevereiro do ano passado. Moura também explicou que o início das operações do espaçoporto tratá, necessariamente, oportunidades e avanços para as comunidades locais, que serão beneficiadas pela criação de novas demandas.
“Todo espaçoporto tem um poder de irradiação, de transbordamento, de benefícios locais. Seja na parte logística, ou na parte de formação de pessoal. Temos certeza que o espaçoporto de Alcântara vai ser o irradiador de um novo polo tecnológico – tanto na região quanto em São Luís e imediações”, disse.
Programa Artemis
Criado para marcar o aniversário de 55 anos da primeira missão tripulada à Lua, o programa Artemis deverá levar a primeira mulher ao satélite natural da Terra em 2024. O Brasil, que é parceiro dos Estados Unidos e de mais 11 países na iniciativa, terá uma participação estratégica, disse Moura.
Segundo o presidente da AEB, o Brasil poderá engajar cientistas, universidades e abrir oportunidades para empresas nacionais operarem no setor, já que haverá necessidade de tráfego espacial constante após a criação de bases fixas na Lua.
“As pessoas vão precisar construir, vão precisar morar, vão precisar tratar lixo, se alimentar. E o Brasil é uma potência em alimentos, em energias renováveis. Acreditamos que existem nichos preferenciais que o Brasil pode explorar, inclusive mineração. Isso abre um novo capítulo na história espacial do Brasil”, explicou.
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