Há dois anos, Covid-19 fazia a primeira vítima no Brasil
Primeiro óbito em MS foi de mulher de 64 anos, que daria início a contagem de vítimas, atualmente, mais de 10 mil no Estado
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Em fevereiro de 2020, os brasileiros foram surpreendidos com um vírus invisível, que já atingiu o mundo todo. As notícias que vinham da Europa era de mortes diárias de centenas de pessoas e a chegada do vírus no Brasil seria questão de tempo.
A mudança brusca na rotina mundial, com as flexibilizações das medidas restritivas, os desafios causado pela pandemia – o afastamento social, a luta de muitos trabalhadores da saúde para atenderem na linha de frente, pesquisadores desenvolvendo uma vacina, variantes do vírus e as mais de 654.556 mortes pela doença – marcaram esse período.
Mas, há exatos dois anos, o país começaria a ter dimensão do que estava por vir, com o registro da primeira vítima de coronavírus no Brasil, uma mulher de 57 anos, em São Paulo. Em Mato Grosso do Sul, a estatística nefasta só teria início no dia 31 de março daquele ano – a vítima era Eleuzi Nascimento, de 64 anos e moradora de Batayporã. Ela teve o primeiro atendimento em 16 de março, mas, devido a gravidade da doença, precisou ser internada em um hospital particular em Dourados.
Eleuzi tinha pneumopatia crônica, o que contribuiu com a grave evolução do quadro e faria MS entender que idosos e pessoas com comorbidades seriam os mais vulneráveis à doença até, pelo menos, o surgimento da vacina, menos de um ano após sua morte. Até então, Mato Grosso do Sul tinha apenas 44 casos confirmados, com 524 notificações da doença e outros 51 casos sob investigação, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) no dia em que Eleuzi faleceu.
Dois anos após esse marco, Mato Grosso do Sul tem, até a manhã deste sábado (12), registro de 10.440 vítimas (665 mil no Brasil) da doença que mudou o mundo e mais de 514 mil casos confirmados da doença. Hoje, porém, a situação é diferente: em um cenário marcado por medo e incertezas diante da doença, o Brasil caminha para o retorno à vida normal, até com a desobrigação do uso de máscaras de proteção.
Com os avanços da ciência e o desenvolvimento dos imunizantes — somada a adesão à vacinação do brasileiro — Em janeiro deste ano, o país aplicou 352.047.311 doses em todo território nacional. Os dados apontam que, até 10 de março de 2022, das mais de 352 milhões de doses dos imunizantes aplicadas, 43,6% foram destinadas à primeira dose, 39,2% para segundas doses ou doses únicas e 17% para terceiras doses (reforço ou adicional).
Embora o avanço tenha levantado esperança, alguns pesquisadores ainda alertam sobre as variantes da doença e sobre flexibilização do uso de máscaras e da realização de eventos que promovam a aglomeração em massa.
“É necessário ter prudência na adoção de qualquer medida de flexibilização, tanto pelo possível impacto do Carnaval e o potencial aumento de casos e internação, como pela “vacinação que avançou bastante, mas precisa ir além”, traz texto do Observatório Covid-19, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), publicado ontem (11).
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)
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