Enem: entenda como funcionava esquema de superfaturamento na impressão de provas
Esquema de corrupção superfaturava impressão de provas do Enem
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A Polícia Federal apurou que uma empresa especializada em segurança digital associou um servidor do INEP (Instituto Nacional de Estudos Educacionais), por meio de viagens direcionadas ao turismo sexual. A informação foi divulgada pelo Jornal Metrópoles.
As viagens tinham como objetivo fazer com que o funcionário enviado nas viagens, auxiliasse no esquema de corrupção envolvendo contratos milionários de gráficas que imprimiam provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que ocorreu nos dias 21 e 28 de novembro.
O servidor foi alvo da Operação Bancarrota, deflagrada na manhã desta terça-feira (7). Ele atuou como fiscal dos contratos fraudados e recebe salário bruto de R$ 7.235,57. A operação apura suposto esquema de corrupção envolvendo contratos milionários de gráficas que imprimiam provas do Enem. Os agentes cumpriram um dos mandados na Asa Norte, no Distrito Federal.
O esquema, com suspeita de superfaturamento de R$ 130 milhões em contratos envolvendo as provas do Enem, teria acontecido entre 2010 e 2019.
Em denúncia, um funcionário de uma gráfica relatou que o servidor teria atuado com a empresa Valid para garantir que ela passaria por todas as etapas necessárias no processo de seleção pública.
Outra suspeita é Eunice de Oliveira Ferreira dos Santos. Em 2018 ela era diretora de Gestão e Planejamento do Instituto. O filho de Eunice chegou a comprar dois carros importados, e atualmente mora em São Paulo. A Mercedes que ele usava na cidade, foi apreendida.
A funcionária do Inep atua como agente administrativo no Inep e está cedida ao GDF desde junho de 2020. Ela recebe salário bruto de R$ 7.023,46.
Outra servidora, na Asa Norte, também foi alvo de busca e apreensão. A suspeita é que ela tenha recebido R$ 5 milhões das empresas beneficiadas com o esquema de corrupção.
Ao todo esta sendo cumprido 41 mandados de busca e apreensão, 127 policiais federais e 13 auditores da CGU fazem parte da operação.
Após a publicação do Jornal Metrópoles, a Valid S.A se manifestou e negou qualquer participação no esquema.
Leia a nota
“A Valid informa que prestou o serviço de impressão da prova do ENEM em caráter emergencial no ano de 2019, a pedido do INEP e seguindo todos os ritos legais pertinentes, em decorrência da empresa vencedora da licitação em 2016 (RR Donnelly) ter entrado com pedido de falência e deixado de cumprir suas obrigações contratuais com a prova do ENEM.
A Valid, como participante deste certame e em virtude da desclassificação e/ou impossibilidade de prestação do serviço pelos vencedores deste certame, foi acionada pelo INEP para a prestação deste serviço nas mesmas condições contratuais do vencedor, conforme previsão na Lei 8666/93 – artigo 24, XI. O serviço da Valid na prova do ENEM foi prestado apenas no ano de 2019.
A Valid informa que cumpre estritamente as leis e regulações aplicáveis e está totalmente à disposição para continuar colaborando com a apuração dos fatos pelas autoridades competentes“.
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