O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) usou a rede social neste domingo (27) para denunciar que seu irmão, o servidor público Luis Ricardo Miranda, teve o acesso aos sistemas do Ministério da Saúde bloqueados. Os dois foram ouvidos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia, no Senado Federal, na sexta-feira (25).

Ambos denunciaram irregularidades na compra da vacina contra Covid-19 Covaxin, fabricada pela indiana Bharat Biotech. Em sua conta no Twitter, Miranda afirmou o seguinte: “Aos defensores de bandidos, meu irmão acaba de descobrir que bloquearam ele do sistema do @minsaude”, citando a conta do Ministério da Saúde na plataforma. Luis Ricardo Miranda é o chefe de importação do Departamento de Logística.

“Vale ressaltar que ele é funcionário de carreira! Isso é ilegal, perseguição e só comprova que eles tem muito para esconder… Meu irmão @guitargtr eu não vou te abandonar”, completou.

Miranda também publicou uma captura de tela da conversa em que seu irmão relatou ter sido bloqueado no sistema do ministério. A CNN Brasil procurou o Ministério da Saúde para comentar, mas não obteve resposta.

(Foto: Reprodução/CNN Brasil)

 

Tensão

A oitiva dos irmãos Miranda foi marcada pelo clima de tensão e por diversos embates entre senadores governistas e os dois. Eles são responsáveis por apontar possíveis irregularidades do governo federal na compra da Covaxin. O Palácio do Planalto nega qualquer problema na compra do imunizante.

Em sessão com quase nove horas de duração o deputado confirmou, quase ao fim da oitiva, que o nome citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre um suposto “rolo” na aquisição da vacina é o do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

Miranda afirmou que “todo mundo sabe que é Ricardo Barros”, o deputado citado por Bolsonaro como responsável pela situação com a Covaxin.

Após ser mencionado pelo deputado federal em oitiva, Barros manifestou-se, por meio das redes sociais, afirmando que não tem participação na compra do imunizante.

“Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. Não sou esse parlamentar citado. A investigação provará isso”, escreveu o líder do governo em sua conta no Twitter.