Bolsonaro: Enem ‘ainda’ teve ‘questão de ideologia’, mas está mudando
Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro voltou a negar interferência do Governo
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Após dizer na semana passada que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começa a ter “a cara do governo”, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 22, que a prova “ainda” teve “questão de ideologia”. O primeiro dia da avaliação teve questões sobre luta de classes, desigualdade de gênero, racismo e povos indígenas.
Bolsonaro disse que se o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pudesse interferir no teste, isso não teria ocorrido. “Estão acusando o ministro Milton de ter interferido na elaboração das provas. Se ele tivesse essa capacidade, não teria nenhuma questão de ideologia nesse Enem agora, que teve ainda”, disse ele a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
O Enem foi realizado em meio à crise de servidores do Inep. Eles afirmam que houve pressão para a troca de questões da prova.
Aos apoiadores, Bolsonaro relatou ser obrigatório “aproveitar bancos de dados de anos anteriores” para elaborar o Enem. Segundo o presidente, porém, o cenário está mudando.
“Você é obrigado a aproveitar isso daí. Agora, dá para mudar? Já está mudando. Vocês não viram mais a linguagem de tal tipo de gente com tal perfil. Não existe isso daí”, afirmou. “A linguagem, o que o cara faz entre quatro paredes é problema dele Agora, não tem mais aquilo. A linguagem neutra não sei de quê. Não tem mais.”
A declaração de Bolsonaro foi ao encontro da declaração do ministro da Educação na noite de domingo, 21. Depois do primeiro dia de provas, Milton Ribeiro negou interferência do governo no conteúdo da prova. Para ele, se houvesse interferência, algumas questões poderiam nem estar no teste.
O ministro disse que “tentaram politizar a prova” e as questões do teste mostraram que não “tinham cabimento” denúncias sobre interferência no conteúdo. Indagado depois sobre quais questões seriam retiradas, não detalhou. “Quis salientar que, se dependesse de uma visão radical, de que o governo é radical, existem questões que tocam alguns temas que numa visão mais conservadora são mais caros ao nosso governo.”
O Estadão apurou que o item sobre luta de classes, com texto do alemão Friedrich Engels, coautor do Manifesto Comunista, chegou a ser retirado da prova após uma “leitura crítica” feita no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pelo exame. Depois, voltou a compor as questões do exame deste domingo. Professores afirmaram que o Enem deste ano seguiu o modelo de edições anteriores.
O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo, 21, teve 26% de abstenção. Compareceram à prova apenas 2,3 milhões de candidatos — em edições anteriores, o Enem recebia o dobro de candidatos.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Com venda de quadrinhos, jogos e troca de figurinhas, evento reúne público geek em Campo Grande
Super-Feira da Banca Modular é especial de Natal, com opções para fãs de cultura nerd
Polícia Federal prende general Braga Netto durante operação neste sábado
Preso em operação foi vice do ex-presidente Jair Bolsonaro na chapa de 2022
Polícia identifica piloto de moto assassinado a tiros por garupa no Universitário
Motorista de Corolla teria se aproximado e dado apoio ao autor dos disparos
Prepare o guarda-chuva: previsão é de muita água para este fim de semana no Estado
Apesar de chuvas intensas, termômetros chegam a 34°C em algumas cidades do Estado
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.