Cientista da Fiocruz alerta que há mortes de Covid-19 sem diagnóstico no SUS

Em entrevista concedida ao jornal O Globo, a pneumologista Margareth Dalcomo – da escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz -, sustentou que brasileiros já estão morrendo por coronavírus no Brasil sem diagnóstico na saúde pública, uma vez que não há testes para todos os que apresentam os sintomas do Covid-19. Ela defendeu o […]

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Em entrevista concedida ao jornal O Globo, a pneumologista Margareth Dalcomo – da escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz -, sustentou que brasileiros já estão morrendo por coronavírus no Brasil sem diagnóstico na saúde pública, uma vez que não há testes para todos os que apresentam os sintomas do Covid-19. Ela defendeu o isolamento radical e diz temer uma explosão do número de mortos em áreas carentes.

Margareth explicou que, por sabermos pouco do novo vírus, é preciso isolar as pessoas. “No Brasil, a Covid-19, até o momento, tem atacado adultos com menos de 50 anos com a ferocidade com que afeta os idosos na Itália”. Ela disse ainda que, nos casos mais graves, o coronavírus pode desenvolver uma inflamação generalizada prematura, que começa como uma gripe, mas acaba como a sépsis, ou inflamação generalizada.

Casos graves de coronavírus correspondem a cerca de 10% dos infectados, segundo Margareth, que levantou preocupações sobre o grau da sequela que eles podem sofrer. Além disso ela afirmou que a rede pública não têm respiradores suficientes para suprir a demanda iminente.

Campo Grande

Na capital, há a recusa da realização de testes em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) a pacientes jovens que não estariam na zona de risco, mesmo apresentando os sintomas típicos da doença. O esteticista Patrick, Max, 25, disse ao Midiamax que após chegar de uma viagem passando pela Bahia e São Paulo no começo do mês, voltou a Campo Grande com febre, tosse, dificuldade de respirar e chegou a desmaiar em uma das unidade de saúde, mas, como não havia testes e ele era jovem, não havia como testá-lo.

De acordo com o Ministério de Saúde, todo o Mato Grosso do Sul conta com 1.200 testes, mas há a previsão de reabastecimento. A pasta encomendou 22,9 milhões de testes que serão distribuídas na rede pública de todo o país.

A ideia é utilizar a estratégia para cidades com mais de 500 mil habitantes e, segundo o Governo Federal, pode ser uma ferramenta, por exemplo, para conter surtos, isolando os pacientes infectados pelo Covid-19. Procurado pela reportagem, o Secretário de Saúde disse que falará sobre o assunto esta tarde.

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