Justiça proíbe TV Globo de divulgar inquérito de caso Marielle

33A TV Globo foi proibida judicialmente de divulgar informações do inquérito sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes, que ocorreram em 14 de março. A decisão foi do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a pedido da Divisão de Homicídios da Capital […]

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33A TV Globo foi proibida judicialmente de divulgar informações do inquérito sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes, que ocorreram em 14 de março. A decisão foi do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a pedido da Divisão de Homicídios da Capital (RJ) e do Ministério Público do Estado.

A decisão considerou que “o vazamento do conteúdo dos autos é deveras prejudicial, pois expõe dados pessoais das testemunhas, assim como prejudica o bom andamento das investigações, obstaculizando e retardando a elucidação dos crimes hediondos em análise”.

Assim, com a decisão, a Globo está proibida de divulgar declarações feitas por testemunhas a policiais civis da Delegacia de Homicídios, mesmo sem a identificação dos depoentes. A divulgação de técnicas e procedimentos sigilosos usados na investigação e qualquer conteúdo retirado da investigação, o que inclui imagens, áudios e mensagens também foi proibida.

Em nota divulgada em telejornais da TV Globo e da Globonews, a empresa afirmou ter considerado a determinação “excessiva” e avisou que irá recorrer. “A TV Globo, evidentemente, vai cumprir a decisão judicial. Mas, por considera-la excessiva, vai recorrer da decisão, porque ela fere gravemente a liberdade de imprensa e o direito de o público se informar, especialmente, quando se leva em conta que o crime investigado no inquérito é de alto interesse público, no Brasil e no exterior”, afirmou a emissora, em nota lida por jornalistas.

No texto, a Globo declarou ainda que, ao noticiar informações sigilosas, pretende assegurar o “direito constitucional do público de se informar sobre eventuais falhas do inquérito que, em oito meses, não conseguiu avançar na elucidação dos bárbaros assassinatos da vereadora Marielle e do motorista Anderson”.

Vale lembrar que a decisão foi publicada três dias após a emissora divulgar com exclusividade informações sigilosas retiradas de documentos da Polícia Civil, dentre elas, de que seriam três pessoas – e não duas – que sobreviveram ao ataque que matou Marielle e Anderson.

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