Sem salário, mãe de PM morto espera ajuda para poder enterrar o filho

Será bancado pela corporação

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Será bancado pela corporação

Sem receber salário há dois meses, a aposentada Ana Maria da Silva, de 64 anos, conta com a ajuda da Polícia Militar para poder enterrar seu filho, Marcelo Abdalla Neder, de 34, que morreu no fim da madrugada desta quinta-feira durante um ataque de bandidos na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A senhora, que trabalhou na rede estadual de ensino, disse estar em estado de choque com a morte do soldado, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio. A PM informou, por meio da assessoria de imprensa, que o sepultamento de Marcelo, assim como o dos demais PMs mortos em serviço ou de folga, será bancado pela corporação.

— A gente precisa gritar para ver se tudo se endireita. Onde está o pessoal dos Direitos Humanos agora? Meu filho nem 13º (salário) recebeu, mas estava cumprindo com sua obrigação como policial — afirmou Ana Maria.

Os parentes de Marcelo foram até o Instituto Médico-Legal (IML) de Nova Iguaçu, também na Baixada Fluminense, para liberar o corpo do agente. Natural de Resende, no Sul Fluminense, o policial deixa uma filha de 10 anos do seu primeiro casamento. Marcelo também estava com apenas 12 dias de casado.

Segundo a irmã da vítima, Andreia Cristina da Silva, de 43 anos, Marcelo andava na rua com medo e iria começar um curso de Direito.

— Ele queria tentar um concurso federal. Estamos arrasados. Ficamos sabendo da morte dele pela televisão porque ninguém nos dava informação. Muito triste — disse Andreia.

Ainda de acordo com a família, Marcelo estava há três anos na corporação. Ele será enterrado na manhã desta sexta-feira, às 10h, no cemitério Altos dos Passos, em Resende.

No momento do incidente com os criminosos, ele ia para o trabalho com mais dois amigos: Carlos Roberto Freitas, de 35 anos e Bruno Aurélio de Carvalho, de 28. O Hospital Geral de Nova Iguaçu, o Hospital da Posse, para onde foram levados, informou que Carlos Roberto teve ferimento por arma de fogo na perna, foi avaliado pelas equipes de Cirurgia geral, Ortopedia e Clínica médica, submetido a exames de imagem (raio-x), medicado e já recebeu alta. Bruno Aurélio sofreu múltiplas lesões pelo corpo, foi avaliado pelas equipes de Cirurgia Geral, Ortopedia e Neurocirurgia, submetido a exames de imagem (Raio-x e Tomografia Computadorizada). Foi medicado e também já recebeu alta.

O crime

Segundo informações da PM, o crime ocorreu por volta das 4h. Os agentes seguiam no carro do soldado Carlos Roberto Freitas, também de UPP. Na altura do posto de gasolina Mata Virgem, em Nova Iguaçu, o trânsito ficou engarrafado e Carlos tentou cortar os demais veículos. Foi quando se deparou com sete bandidos que assaltavam um caminhão de carga.

Os criminosos pararam o carro o Prisma e, ao perceberem que os ocupantes eram policiais, abriram fogo. Carlos foi baleado no joelho e o soldado Bruno Aurélio de Carvalho, espancado. Os dois foram levados para o Hospital Geral de Nova Iguaçu e já tiveram alta. Os criminosos fugiram levando o Prisma e uma pistola do soldado Bruno.

Polícia Civil diz que faz diligências para identificar suspeitos

Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para apurar o crime e que a DHBF tenta identificar os suspeitos do ataque:

“Segundo informações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense – DHBF, na madrugada de hoje, 5 de dezembro, Marcelo Abdala Neder, de 34 anos de idade, foi morto a tiros no Km 184 da BR 116, Comendador Soares, Município Nova Iguaçu. Na ação outras duas pessoas foram baleadas e levadas ao hospital. Perícia foi realizada. Procedimento policial foi instaurado para apurar as circunstâncias do fato. Diligências estão em andamento para identificar e localizar os autores”.

 

 

 

 

 

 

 

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