PF desarticula grupo que fraudava seguro-desemprego e benefícios na Bahia

Grupo atuava há mais de 10 anos

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Grupo atuava há mais de 10 anos

Uma organização criminosa que fraudava benefícios previdenciários e do seguro-desemprego, na Bahia, foi desarticulada hoje (23) pela Polícia Federal, durante a Operação Melaço. Policiais federais e servidores da Previdências Social e do Ministério do Trabalho foram às cidades baianas de Ipiaú, Ibirataia, Valença, Prado, Porto Seguro, Itamarajú e Santa Cruz Cabrália, para cumprir 31 mandados, sendo 13 de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão.

As investigações da PF apontaram que o grupo tinha ajuda de técnicos em contabilidade, aliciadores e atendentes do Sistema de Empregos da Bahia (Sine/BA), que atuavam de modo conjunto há mais de 10 anos.

O esquema funcionava a partir dos aliciadores, que abordavam pessoas dispostas a ceder os documentos, como carteira de trabalho e cartão cidadão. Esses documentos passavam a ser registrados em empresas laranjas, ou já inativas, de forma retroativa, como se os aliciados trabalhassem há cerca de um ano. Depois disso, forjavam as rescisões do falso contrato com essas empresas, para que fossem solicitados os benefícios do seguro-desemprego e da Previdência Social.

Até o momento, os órgãos de investigação detectaram que mais de 6 mil vínculos empregatícios falsos foram inseridos em pelo menos 236 empresas usadas nas fraudes. E, em quase todos os casos, foi pedido o seguro-desemprego nas agências do Sine investigadas, o que pode indicar a participação dos agentes públicos no esquema.

Os investigadores descobriram ainda que foram gastos mais de R$ 17 milhões em pagamento de seguros-desemprego com suspeita de fraude, além de R$ 1 milhão em benefícios previdenciários, também fraudados. Com a operação de hoje, a Polícia Federal pode ter evitado o prejuízo superior a R$ 5 milhões ao Programa Seguro-desemprego, segundo a polícia.

A Operação Melaço foi batizada com esse nome porque, segundo a PF, é o apelido do principal investigado. Os presos na operação podem responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato, inserção de dados falsos nos sistemas da administração pública e estelionato previdenciário.

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