Apresentador ameaçava campanha de Collor

O presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontado como responsável pela rápida tramitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e acusado de receber propinas no escândalo do ‘Petrolão’, além de ter escondido pelo menos US$ 5 milhões em contas na Suíça, apareceu em uma reportagem do BuzzFeed como mentor de uma antiga manobra. Em 1989, ele teria impedido Sílvio Santos, famoso empresário e comunicador brasileiro, de participar da corrida presidencial.

Candidato pelo PMB, Sílvio tinha até slogan e jingle de campanha. “É o 26, é o 26, com o Silvio Santos chegou a nossa vez”. A popularidade do apresentador ameaçava a candidatura de Fernando Collor. Cunha descobriu uma irregularidade no registro da candidatura do concorrente do aliado, e denunciou a falha ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O TSE caçou o registro do PMB e eliminou Sílvio Santos da corrida eleitoral, pois o partido não teria feito o mínimo de convenções eleitorais exigidos pela legislação eleitoral. Por ter apontado a irregularidade, Cunha teria sido recompensado por Collor com o cargo de presidência da Telerj, estatal de telefonia do Rio de Janeiro.

Depois de ter perdido a candidatura, Sílvio nunca mais tentou se eleger e se afastou da política brasileira. No Buzzfeed, vários comentários de leitores lamentam a atitude de Cunha e pediram uma nova candidatura do empresário. 

(Sob supervisão de Ludyney Moura)