Vídeo mostra salto de wingsuit que matou esportista na Pedra da Gávea

‘Quando ele pulou, sumiu’, relata testemunha do salto nesta sexta-feira

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‘Quando ele pulou, sumiu’, relata testemunha do salto nesta sexta-feira

Um estudante que fez a trilha da Pedra da Gávea, na Zona Sul do Rio, nesta sexta-feira (24), registrou os últimos momentos do paraquedista Fernando M. Gonçalves, de 36 anos. O vídeo mostra o esportista saltando para o que seria seu último voo.

Fernando foi encontrado morto pelo Corpo de Bombeiros, que fez buscas de helicóptero na região, após serem acionados devido à queda. Ele morava em San Diego, na Califórnia, e havia chegado no Rio de Janeiro na quarta-feira (22).

“Quando ele pulou, sumiu. Disseram que ele estava desde cedo tentando pular. Uma hora ele chegou até a raspar uma pedra porque as plantas estavam atrapalhando. Lembro que ele colocou a GoPro no capacete do Brasil, vestiu uma roupa amarela e pulou. Descemos a trilha tranquilamente e eu só soube que ele tinha morrido depois que cheguei em casa”, contou Breno Dantas, de 18 anos, que acompanhou ansioso, junto com alguns amigos e curiosos, o salto do atleta.

O estudante Gabriel Nogueira, de 18 anos, também viu o salto do atleta. Segundo ele, ventava muito forte na região. “Quando a gente chegou ele estava olhando onde ia saltar. Ele saltou da pedra e pensamos que ele tinha ido para o outro lado. A gente até achou estranho, mas não pensamos no pior”, disse.

 

Atleta postou vídeo na quarta-feira

O paraquedista postou na quarta-feira um vídeo de outro voo, saltando da mesma montanha. Nas imagens, publicadas em seu perfil no Facebook, é possível ver o esportista passando rente à pedra.

“Gávea, estou de volta. Muito bom estar de volta nessa maravilha com meus amigos. Valeu”, postou Fernando.

No esporte, praticantes de base jump ou paraquedismo usam um macacão que permite planar durante a queda livre ao causar mais resistência com o ar. Os esportistas mais radicais voam próximo a montanhas, aumentando o grau de dificuldade e risco. Para o pouso, é aberto paraquedas antes de chegar ao solo.

Em maio, um dos atletas radicais mais destemidos e conhecidos do mundo, o americano Dean Potter, morreu durante um voo de wingsuit na Califórnia. Desde que o esporte começou a ganhar popularidade, em 2002, cerca de 70 pessoas morreram.

 

Homenagem para amigo

Em um post de 2013 em seu Facebook, Fernando homenageou um amigo que morreu praticando o esporte e respondeu aos críticos do wingsuit.

“É dificil mesmo para as pessoas que não são apaixonadas pelo esporte entender o motivo que fazemos isso!! Espero que um dia tu experimente o gosto de voar e um dia irá entender o por que de tudo isso!! Sim, o lugar e maravilhoso e sim quero incentivar as pessoas a fazer o mesmo, por que eu quero dividir um pouco do que eu faço e do que eu sinto para as pessoas do mundo inteiro para que elas tenham uma outra visão da vida!! A vida é muito boa e com certeza vou dividir mais momentos como esse, graças a pessoas como nós fazemos o mundo ter um pouco de paz e ver a vida com outros olhos!! Um dia tu vai entender prometo!”, escreveu nos comentários.

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