Vice-presidente da República falou com jornalistas após evento do partido

O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira (15) que seu partido quer ter candidato à Presidência na eleição de 2018. Articulador político do Palácio do Planalto, Temer deu a declaração, em um evento da sigla, após ser questionado por um jornalista sobre se a aliança com o PT terminará em 2018.

Outros caciques do PMDB, como o ex-presidente José Sarney, e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha(RJ), estavam ao lado do vice-presidente no momento em que ele manifestou o interesse do PMDB de encabeçar uma chapa presidencial para a sucessão de Dilma Rousseff.

“Nós estamos abertos para novas alianças, com todos os partidos. Apenas o que está sendo estabelecido é que o PMDB quer ser, digamos assim, cabeça de chapa em 2018”, ressaltou Temer.

Logo depois, o vice-presidente foi indagado por repórteres sobre se o “caminho” era o PMDB ter candidato próprio na próxima eleição presidencial. “Seguramente, é uma postulação de todo o PMDB”, enfatizou.

O PMDB é o maior aliado do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, na base do governo. A aliança entre os dois partidos começou ainda na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, nos últimos meses, alguns parlamentares e líderes peemedebistas demonstraram insatisfação com o governo. A ponto de os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terem tomado atitudes em votações que iam contra a vontade do Palácio do Planalto.

Antes de falar com jornalistas, Temer discursou no lançamento da plataforma digital. Ele afirmou que o partido “teve e tem” grandes lideranças e que o desejo da legenda é “marcar cada vez mais presença na vida pública” do país.

Cunha, que também discursou no evento partidário, sinalizou por mais de uma ocasião que a tendência é de que o PMDB dispute as eleições de 2018 com um candidato próprio. Ele já afirmou em diversas ocasiões que é preciso repensar a aliança com o PT.

“Em 2018, temos o direito de disputar com o eleitor as nossas ideias […] Time que não joga não tem torcida. O PMDB tem que se posicionar no espaço político, tem que recuperar seu protagonismo”, disse Cunha.

“Nós estamos nesse momento, um momento político delicado, o PMDB faz parte de uma aliança, mas o PMDB sabe que, em 2018, quer buscar o seu caminho, que não é com essa aliança”, complementou o deputado.