Mais essa: além de doenças humanas, Aedes transmite verme letal para cães
Doença pode levar os pets à morte
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Doença pode levar os pets à morte
Que o Aedes aegypti transmite dengue, chikungunya e também o Zika Vírus não é mais novidade para ninguém. Que ele está cada dia mais resistente e evolui numa velocidade que nem os pesquisadores conseguem acompanhar, também não é. Mas que, ele além de tudo, pode transmitir uma zoonose conhecida como ‘verme do coração’ que causa embolia pulmonar e até a morte dos cãozinhos infectados, isso talvez muita gente não saiba.
Na verdade a dirofilariose canina, ou popularmente chamada de ‘verme do coração’, não é uma doença nova e atingi pelo menos 5,8% dos animais da região centro-oeste, conforme artigo cientifico publicado na revista Ciência Rural em 2006. No estudo o PHD em Medicina Veterinária, na área de Saúde Animal, Saúde Pública Veterinária e Segurança Alimentar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rodrigo Costa da Silva e o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP, Hélio Lagoni, já citavam o Aedes como agente transmissor da doença.
O veterinário André Luís Soares da Fonseca, professor na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), disse ao site IG que “o Aedes aegypti prefere sangue humano, mas também ataca cães”. A afirmação foi contextualizada pelo professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhanguera de São Paulo, Rodrigo Monteiro, que explicou a dirofilariose canina como sendo transmitida pelos mosquitos que se alimentam de sangue, dentre eles o das espécies Culex (o pernilongo comum) Aedes e Anopheles (mosquito-prego). A contaminação pelo Aedes é mais comum e regiões litorâneas, alagadas ou no interior, onde há maior predominação do mosquito. “Nós trouxemos esse alerta porque o país está passando por uma epidemia, causada justamento pelo Aedes, então é importante conscientizar a polução sobre todos os risco”, disse.
Segundo o professor, a doença é assintomática no começo e leva de 8 meses há 1a ano para se desenvolver por completo no organismo do cachorro, até chegar ao estágio cinco, onde os vermes chegam a 21 centímetros e formam uma espécie de nó dentro do coração do animal. “Nesse estágio o tratamento é bem complicado, sendo recomendado que o animal permaneça internado enquanto estiver sendo medicado e ainda assim, não é garantido que ele resista a doença”, destacou.
Ainda segundo o Monteiro, a situação epidêmica de dengue, zika e chikungunya pela qual estamos passando não caracteriza que teremos um infestação da dirofilariose, já que o índice de animais infectados é pequeno, mas é importante redobrar os cuidados porque o número de agentes transmissores está maior. “A exemplo das outras doenças, a melhor forma de evitar a doença é a prevenção, tanto pelo combate aos mosquitos, como pelo cuidado com os animais. Hoje em dia temos coleiras repelentes e medicamentos feitos a base de Ivermectina, que podem ser dados aos animais e diminuem o efeito da doença, caso ele seja picado”, explicou.
Dirofilariose no homem
Assim como a leishmaniose, o ser humano não está imune a dirofilariose. A diferença é que a contaminação é mais rara. No Brasil, segundo o professor, foram apenas 17 casos diagnosticados até agora. “No corpo humano a larva não chega a alcançar a fase adulta, onde ataca o coração, então na maioria das vezes causa nódulos pulmonares, como se fosse uma tuberculose, ou no tecido subcutâneo. Os sintomas geralmente são tosse, sangramento e convulsões. O tratamento consiste na retirada da área contaminada” detalhou.
A Prefeitura de Campo Grande informou que a doença não está inserida no trabalho de controle do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e também não reconhece a transmissão por meio do Aedes aegypti.
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