Grávidas devem cuidar relações com risco de transmissão sexual da Zika

EUA registraram provável caso dessa forma de contágio

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

EUA registraram provável caso dessa forma de contágio

Os Estados Unidos registraram um primeiro caso de vírus Zika transmitido por contato sexual. Até o momento este tipo de contágio está apenas sendo tratado de forma especulativa e sendo estudado. Segundo a imprensa local, um paciente de Dallas, no Texas, contraiu o vírus após ter feito sexo com uma pessoa que fora infectada na Venezuela durante uma viagem recente.

De acordo com  o médico infectologista e diretor da Fiocruz em Mato Grosso do Sul Rivaldo Venâncio da Cunha, assim como ocorreu com o surgimento do vírus HIV, que causa a AIDS, na década de 1980, a partir de agora, várias observações serão feitas a respeito do vírus da Zika.

“Precisamos ficar atentos, procurar confirmar e ver a escala dessa transmissão. De 1947 até agora, o responsável pela transmissão foi o mosquito [Aedes aegypti]”, explica o médico.

Conforme o médico, a recomendação além da eliminação dos mosquitos, é de prevenção com o uso de preservativo no contato sexual, “É uma recomendação a mais, a partir dessa observação, sobretudo, em casais em que a mulher esteja grávida. A grande preocupação que o mundo tem nesse momento é com as alterações congênitas que tem provocado. Ou seja, a grávida ou aquela que pretende engravidar, continua sendo o centro das atenções das preocupações”.

Outras formas de contágio da Zika

Segundo o infectologista, outras possibilidades de transmissão do vírus da Zika ainda estão sendo estudadas, entre elas a via leite materno, porém, nada até o momento foi confirmado.

Grávidas devem cuidar relações com risco de transmissão sexual da ZikaA Polinésia Francesa, território localizado no oceano Pacífico sul, a leste da Austrália, também foi atingida por uma epidemia de vírus Zika, entre 2013 e 2014. De lá, vem a maioria das informações e suposições sobre a doença. O local também passou a investigar os casos de má-formação cerebral em fetos e recém-nascidos após a epidemia.

Leite materno

Na Polinésia Francesa (onde houve surto de Zika em 2013 e 2014), médicos encontraram partículas do vírus no leite materno. Mas ainda não se sabe se existe transmissão para o bebê porque nem todo vírus encontrado no leite é transmitido. Até o momento, a recomendação é de que as mães continuem amamentando normalmente.

Transfusão de sangue

Um estudo publicado em abril de 2014 na revista médica “Eurosurveillance” relatou a detecção do Zika vírus em amostras de sangue de doadores que não estavam manifestando o sintoma no momento da doação. A coleta de dados foi feita na Polinésia Francesa. Até a publicação do estudo, não havia relatos de contaminações pós-transfusão, porém o fato de o vírus estar lá sugere a existência desse risco.

Sintomas

Erupções na pele, dor de cabeça, no corpo e nas articulações, vermelhidão nos olhos, náuseas, fotofobia, conjuntivite e coceira intensa. Apesar de ter uma evolução branda, com sintomas que duram em média de dois a sete dias, o Zika está associado à microcefalia em bebês cujas mães foram contaminadas durante a gestação – e que trazem deficiências variadas. Além disso, há o risco de desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré (doença autoimune que acomete o sistema nervoso), recentemente associada ao vírus e que vitimiza principalmente crianças e idosos.

Conteúdos relacionados