Metade dos casos se originam de diabetes e hipertensão

Metade dos pacientes brasileiros que têm de passar por de rim poderiam ter evitado a cirurgia se tivessem se submetido a exames preventivos regulares a cada seis meses, alerta o nefrologista Diogo Medeiros, responsável pelos transplantes do órgão no Hospital de Transplantes de São Paulo. Segundo o especialista afirmou em entrevista a EBC, o diagnóstico tardio seria a principal causa de lesão irrecuperáveis.

No Hospital, 430 cirurgias de transplante de rim foram feitas desde o início das atividades, e 50% delas foram com pessoas diabéticas ou hipertensas. “Em metade dos casos” – informa Diogo – “as pessoas só procuraram o médico porque passaram mal e, como a consulta foi tardia, não houve mais chance de recuperação ou de se postergar a evolução da doença”. Enquanto o paciente aguarda um doador, deve se submeter a sessões de hemodiálise para filtragem do sangue – função principal dos rins.

As doações de rim seriam insuficientes em relação ao número de pacientes em espera da cirurgia – cerca de 5 mil doações para quase 10 mil pacientes, afirma Diogo. O especialista adverte que, apesar de a diabetes e a hipertensão demonstrarem os primeiros sinais a partir de em média cinco anos, as lesões que originam uma doença renal crônica poderiam ser evitadas ou adiadas mais facilmente, caso os doentes visitassem regularmente o médico.

O rim tem múltiplas funções no organismo além da filtragem de impurezas e eliminação de toxinas pela urina. O órgão ainda é responsável por produzir hormônios que ajudam na formação dos ossos e no sangue, e também no controle da pressão arterial, sendo fundamental para manter os líquidos e sais do corpo em níveis adequados.